![Santander Portugal tem crescimento de 10,7% em 2024 e falha marca dos mil milhões de lucro por pouco](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
O Banco Santander Portugal apresentou nesta sexta-feira os seus resultados, tendo alcançado 990 milhões de euros de lucro, uma subida de 10,7% face a 2023. A margem financeira fixou-se em 1,59 mil milhões, uma subida de 6,6% em termos homólogos. Por outro lado, o rácio CET1 teve uma redução de 0,9 pontos percentuais para 16%. O CEO do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, considera que este foi “um ano muito bom” para o banco.
Os recursos dos clientes cresceram 5,9% para 45,89 mil milhões de euros. Já os créditos a clientes viram uma subida de 12,9% para 50,3 mil milhões de euros. Neste campo, destacam-se os créditos a empresas e institucionais, que subiram mais de 21%, com os créditos a particulares a subirem 5,5%. O crédito à habitação cresceu na mesma medida, sendo que o crédito ao consumo aumentou 8,1%. Os custos do crédito reduziram de 17 pontos base para 3 pontos base.
Do lado das despesas, o Santander Portugal registou 528,3 milhões, um aumento de 1,6%. O rácio de eficiência, por sua vez, teve uma melhoria de 1,1 pontos percentuais para 25,5%. Já o rácio de ‘non-performing exposure’ teve de uma ligeira redução de 1,7% para 1,6% e a cobertura de ‘non-performing exposure’ fixou-se em 84,1%, menos 5,1 pontos percentuais do que em 2023. As vendas de carteiras de malparado em 2025 não parecem estar em destaque, segundo Manuel Preto, da administração do Santander Portugal, visto que o próprio rácio de NPL está em baixo.
O banco recorda que os rácios do banco estão confortavelmente acima dos mínimos regulatórios exigidos. Manuel Preto destaca, neste sentido, os reconhecimentos da instituição a nível internacional.
O produto bancário do Santander Portugal teve um incremento de 5,9%, alcançando 2,07 mil milhões. O banco aponta que isto se deve à margem financeira, dado que a receita vinda de comissões se manteve estável face ao ano anterior.
O banco adianta que tem mais de 2400 pedidos para garantia pública de habitação, relembrando que foi o banco português com a maior fatia da verba disponibilizada. Sobre a procura por este crédito por parte dos jovens, confirmam que está a ter “bastante adesão”. O valor médio dos créditos concedidos com garantia pública ronda os 190 mil euros, segundo os dados divulgados. No que toca às taxas de esforço, não denotam uma grande diferença entre as referentes a créditos com garantia pública e sem.
Destaca ainda que a quota de mercado do Santander neste campo está acima dos outros bancos, até mesmo acima da percentagem da verba atribuída ao banco. Pedro Castro e Almeida reforça, contudo, que há muita concentração na parte da procura, enquanto argumenta que o país ainda não recuperou os níveis de construção que vieram a diminuir desde 2009.
O CEO do banco aponta para a redução das taxas de juro para cerca de 2%, tal como tem vindo a ser previsto por analistas, o que, acredita o líder do banco, vai ajudar as famílias. Acrescenta ainda que o Santander tem liquidez e está pronto para o que o futuro aguarda, referindo-se às incertezas geopolíticas da Europa e o enfraquecimento das maiores economias europeias: a Alemanha e a França.
O número de novas contas abertas subiu mais de 20% para , com o número de novos cartões emitidos a crescer 13,5%, tendo sido realizadas 1,2 milhões de operações diárias de compras e pagamentos, o que representa uma subida de 13%.
No que diz respeito ao número de colaboradores e agências, registou-se uma nova redução, ainda que ligeira, tal como em 2023. O banco tinha, em dezembro de 2024, menos cinco trabalhadores e menos quatro balcões. O CEO do banco, questionado sobre este assunto, esclarece que não há intenção de redução de balcões, podendo, em algumas cidades, substituir dois espaços pequenos por um maior.
Sobre a entrada de novos talentos, Pedro Castro e Almeida relembra que o Santander foi destacado pelos universitários como empregador preferido na área da banca e o nono em geral no país.
Novo Banco e novo governador
Sobre os processos de consolidação na Europa, Pedro Castro e Almeida recorda que, olhando para os últimos dez anos, os bancos não tinham rentabilidade para para adquirir outras instituições, algo que tem vindo a mudar nos últimos dois anos. “É natural que existam estes movimentos, seja na banca ou qualquer outro setor”, defende.
No caso do Novo Banco em específico, o CEO relembra que a vinda de um ‘player’ externo é possível. Sobre o Santander em específico, Castro e Almeida reforça que o objetivo é o crescimento orgânico. “O Santander vai continuar a fazer o seu caminho de crescimento orgânico”, reitera. Assim, Castro e Almeida coloca-se de fora da corrida ao antigo BES.
Sobre a escolha do próximo governador do Banco de Portugal, o líder do Santander Portugal defende que não compete às entidades reguladas opinarem sobre o assunto.