Horas antes, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China, a partir de 04 de fevereiro.
"A ordem executiva que estabelece um corte de 25% nas nossas exportações para os Estados Unidos é uma violação flagrante do T-MEC que negociámos com o próprio Presidente Trump e tem sido o melhor acordo comercial dos últimos anos! Um tiro no pé! " disse no sábado Marcelo Ebrard, na rede social X.
O atual Acordo de Comércio Livre da América do Norte (T-MEC, na sigla em espanhol), que junta os Estados Unidos, o Canadá e o México, foi negociado durante o primeiro mandato presidencial de Trump (2017-2021).
A mensagem de Ebrard surgiu após uma reunião com a Presidente do México, na qual Claudia Sheinbaum ordenou ao secretário da Economia a implementação de uma resposta que inclua tarifas de retaliação e outras medidas para defender os interesses mexicanos.
"Rejeitamos categoricamente a calúnia da Casa Branca de que o Governo mexicano tem alianças com organizações criminosas, bem como qualquer intenção de interferir no nosso território", escreveu a chefe de Estado, numa publicação na rede social X.
O decreto presidencial assinado por Trump alega ainda, sem apresentar provas, que os cartéis de droga mexicanos formaram "uma aliança com o governo do México".
"Se o Governo dos Estados Unidos e as suas agências quisessem abordar o consumo grave de fentanil no seu país, poderiam combater a venda de drogas nas ruas das suas principais cidades, o que não fazem, e o branqueamento de capitais que esta atividade ilegal gera e que tantos danos causou à sua população", acrescentou Sheinbaum.
Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos usados para fazer fentanil, um poderoso opiáceo.
Pouco antes de Sheinbaum o fazer, também o primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou que o Canadá vai retaliar às taxas aduaneiras e aplicar as mesmas tarifas aos produtos norte-americanos.
O decreto presidencial de Trump determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá tarifa de 10%.
De acordo com a Casa Branca, a ordem também inclui um mecanismo para aumentar as taxas aduaneiras em caso de retaliação destes países -- os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e que no total representam mais de 40% das importações do país.
O México é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, absorvendo mais de 80% das exportações norte-americanas.
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