Vargas Llosa morreu no domingo, aos 89 anos, em sua casa em Lima, onde vivia desde 2022, informaram os filhos nas redes sociais.

A Presidente peruana Dina Boluarte manifestou profundo pesar pela morte de Vargas Llosa, que descreveu como um "escritor universal e distinto vencedor do Prémio Nobel da Literatura".

"O seu génio intelectual e o seu vasto conjunto de obras permanecerão como um legado eterno para as gerações futuras", afirmou a Presidência do Peru, na rede social X.

O Congresso - parlamento peruano - expressou sentimentos semelhantes, enviando as suas "mais profundas condolências à família, amigos e leitores do vencedor do Prémio Nobel".

Um dos primeiros líderes políticos latino-americanos a comentar a morte do escritor foi o ex-presidente uruguaio Luis Lacalle Pou (2020-2025), que declarou que "Vargas Llosa deixou a sua marca em muitos aspetos da vida, mantendo-se sempre fiel a si próprio".

A nível pessoal, Pou disse que sempre gostou da generosidade de Vargas Llosa.

Os antigos presidentes colombianos Álvaro Uribe (2002-2010) e Iván Duque (2018-2022) também se despediram do romancista, a quem chamaram de "mestre".

"Deixa-nos o seu trabalho, a sua admiração e o seu exemplo. Deixa-nos um caminho para o futuro", acrescentou Uribe, na rede social X.

"O falecimento de Mario Vargas Llosa enche-me de tristeza. Tive a honra de desfrutar da sua amizade e partilhar momentos inesquecíveis, ouvindo o seu conhecimento enciclopédico, a sua simplicidade avassaladora e o seu humor refinado", disse Duque

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, manifestou solidariedade com a família do escritor e destacou o seu "legado incomparável" na defesa da liberdade na América Latina e no mundo.

Nascido em Arequipa, em 28 de março de 1936, Jorge Mario Pedro Vargas Llosa, foi também político, jornalista, ensaísta e professor universitário.

Vargas Llosa foi um dos principais escritores da sua geração, ao ponto de alguns críticos considerarem que teve um impacto e uma audiência internacional como nenhum outro do 'boom' da América Latina.

Desde cedo começou a envolver-se politicamente, primeiro como apoiante de Fidel Castro e da revolução cubana, depois como defensor da democracia liberal, mais conservadora, capitalista, chegando mesmo a concorrer à presidência do Peru, em 1990, por uma coligação de centro-direita, contra Alberto Fujimori (1990-2000).

O júri do Prémio Nobel da Literatura de 2010 justificou a escolha de Vargas Llosa por ser detentor de uma escrita que faz a "cartografia das estruturas do poder" e de uma obra que revela "imagens mordazes da resistência, revolta e dos fracassos do indivíduo".

Leia Também: Vargas Llosa. "Sou escritor, gostava de ser lembrado pela minha escrita"