No momento em que entramos em contagem decrescente para a grande festa dos 40 anos da BLITZ, na Meo Arena, em Lisboa, a 12 de dezembro – com concertos de Xutos & Pontapés, Capitão Fausto, Gisela João e MARO –, pedimos a músicos, promotores, jornalistas, radialistas e outras personalidades que vão ao baú resgatar memórias de quatro décadas de história, deixando-nos, também, uma mensagem para o futuro.

“Recordo-me de ter que esperar pacientemente para que chegasse um novo número às bancas, quando a informação não era tão facilitada como hoje e o mundo parecia andar mais devagar”, conta-nos Cristina Branco, quando a questionamos sobre a memória mais antiga que guarda da BLITZ. Para a artista, a BLITZ “sempre foi o veículo especializado em dar voz ao que surge de novo na música nacional e internacional e, desde cedo, deram voz aos meus projetos e à divulgação da minha música”.

O impacto da BLITZ na faceta melómana de Cristina Branco também existe. “Marcou-me, sem dúvida”, conta. “Lia e relia e recortava, ou guardava citações dos meus preferidos. Tenho guardados, até hoje, alguns exemplares”. Para a artista, a BLITZ “trouxe uma visão mais profissional sobre a indústria da música, o lado mais comercial, é certo, mas também contribuiu para humanizar os nossos ídolos e aproximá-los. E para quem estava à procura de fazer o seu próprio caminho, contribuiu naquele tempo para sonhar com um projeto musical. Foi impulsionador, irreverente e uma luz ao fundo do túnel, sobretudo para quem ousou um caminho na música, no interior deste país. Há 20 anos não era fácil conseguir que o público soubesse de nós”.

Para o futuro, Cristina Branco deseja que a BLITZ “divulgue a música, pessoas que façam música, que tragam de facto novas formas de ver e pensar a música hoje; que apresente uma visão profissional e crítica sobre a indústria (cá e lá); que nos traga o outro lado, os bastidores de como se chega até às luzes”, remata.