
A programação completa da 56.ª edição foi hoje revelada pela organização, contando com duas coproduções portuguesas na competição internacional de longas-metragens, além da já anunciada retrospetiva dedicada à realizadora portuguesa Cláudia Varejão.
'Aurora' é um registo documental do realizador franco-brasileiro João Vieira Torres, feito em coprodução com França e Portugal, pela produtora Primeira Idade e com apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual.
Na sequência de um sonho, João Vieira Torres partiu à procura dos filhos que a sua avó Aurora, parteira, ajudou a nascer. "Ao longo dos encontros com os vivos e os mortos, descobre destinos trágicos que retratam uma história estrutural de violência contra mulheres", refere o festival sobre este filme.
Também na competição internacional de longas-metragens, e igualmente em estreia mundial, figura 'Nuit obscure - 'Ain't I a Child?'', do realizador francês Sylvain George e coproduzido entre a Suíça e Portugal, pela Kintop.
De acordo com o festival, este filme é o "capítulo final de uma trilogia sobre políticas de migração" que o realizador fez, acompanhando três jovens de Marrocos em Paris.
Este terceiro documentário junta-se a 'Nuit obscure - 'Feuillets sauvages' (2022) e 'Nuit obscure - 'Au revoir ici, n'importe où'' (2023).
No Visions du Réel estarão também presentes, em estreia suíça, os filmes 'Tardes de solidão', um retrato da tauromaquia espanhola pelo realizador Albert Serra, e "Pedras Instáveis", filme experimental da polaca Ewelina Rosinska inspirado em paisagens portugueses, ambos com coprodução portuguesa.
A 56.ª edição do Visions du Réel está marcada de 04 a 13 de abril.
Este ano, o Visions du Réel presta homenagem à realizadora Cláudia Varejão, estando prevista uma 'masterclass' e uma retrospetiva, com quatro longas-metragens e sete 'curtas', filmes "profundamente contemporâneos" e que partilham de uma "forte perspetiva feminista", refere o festival.
Realizadora, argumentista e artista visual "profundamente em sintonia com o mundo sensível", Cláudia Varejão é autora de documentário e ficção, através do qual aborda questões sobre emancipação, relações pessoais e a vida quotidiana.
No seu cinema já deu voz à juventude 'queer' açoriana, em 'Lobo e Cão' (2022), retratou mulheres refugiadas em Portugal, na curta-metragem 'Kora' (2024), filmou japonesas pescadoras que mergulham em apneia nas águas do Pacífico, em 'Aman-san' (2016), ou ainda os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado, com 'No escuro do cinema descalço os sapatos' (2016).
Leia Também: Filme de Edgar Pêra com Pessoa, Lovecraft e IA estreia-se no dia 20