A segunda edição do 2.º Festival Literário Palavrio, organizado pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, acolhe, durante três dias, na Fundação José Saramago, no Museu do Fado e no auditório da Abreu Advogados, escritores, músicos e leitores, "numa homenagem plural à literatura em língua portuguesa", anunciou a organização em comunicado.

Este festival foi criado com o objetivo de reforçar a afirmação da freguesia de Santa Maria Maior como "uma incontornável referência cultural na cidade e no país", indissociável do melhor que a literatura portuguesa tem produzido nos últimos séculos, explica uma nota dos organizadores.

"Este território foi cenário de alguns dos grandes clássicos da literatura portuguesa, local de algumas das mais célebres tertúlias literárias, albergou e alberga algumas das livrarias mais históricas e marcantes do nosso país", recorda a organização.

A primeira edição teve lugar em outubro de 2024, mas este ano, o Palavrio irá coincidir exatamente com os dias em que se realiza um outro festival literário em Lisboa, o 5L, que, pela primeira vez, é realizado sob a égide da Câmara Municipal de Lisboa.

Com curadoria do editor e escritor Manuel Alberto Valente, o Palavrio, "gratuito, descentralizado e aberto a todos os públicos", quer reafirmar o compromisso da freguesia com a promoção do livro, da leitura e da diversidade cultural, inclui conversas literárias, mesas-redondas, sessões sobre poesia e momentos dedicados à literatura infantojuvenil.

O festival vai prestar ainda homenagem a grandes figuras da cultura portuguesa, como José Saramago e Luiz Pacheco, cujos legados serão revisitados por investigadores, escritores e criadores contemporâneos.

Entre os convidados desta edição estão também Francisco Mota Saraiva, o mais recente vencedor do Prémio José Saramago, Francisco José Viegas, Sérgio Letria, Carlos Cabral Nunes, David Machado, Tiago Torres da Silva e outros autores oriundos de países como Angola, Brasil, Colômbia e Afeganistão.

Assim, na sexta-feira, o programa começa às 21:30 com uma conversa entre João Tordo e o vogal da junta de freguesia com o pelouro da Cultura, Ricardo Gonçalves Dias, em torno do tema "Qual é a urgência de produzir o inútil?".

No dia seguinte, pelas 15:00, o escritor, poeta, letrista, encenador e produtor Tiago Torres da Silva conduz uma sessão sobre "33 anos encantado pelo Fado", que conta com a fadista Joana Amendoeira e músicos como convidados.

Segue-se "O Mundo numa história", uma mesa redonda que junta os escritores Ana Bárbara Pedrosa, Djaimilia Pereira de Almeida, Francisco José Viegas e João de Melo.

A encerrar o segundo dia do festival, pelas 19:00, "Luiz Pacheco passeia por todo o papel (1925-2025)", uma sessão de homenagem ao escritor, no seu centenário, com Carlos Cabral Nunes, diretor da Casa da Liberdade -- Mário Cesariny, Ana da Silva, investigadora do Instituto Politécnico de Santarém, que trabalhou diretamente com Luiz Pacheco, organizou e cedeu o seu espólio à Casa da Liberdade -- Mário Cesariny, e Rui Sousa, investigador responsável pelo projeto do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

No domingo de manhã, "Centenas de vozes" junta à conversa o escritor Francisco Mota Saraiva, que recentemente publicou "Morramos ao Menos no Porto", obra com a qual venceu o Prémio Saramago, com Ricardo Gonçalves Dias.

Da parte da tarde o mundo da literatura infantojuvenil é levado para o centro da conversa entre os escritores e argumentistas David Machado e Sara Rodi, e a também escritora Maria Inês Almeida.

Às 17:00, o festival estende-se além fronteiras, com uma sessão dedicada aos "Poetas do Mundo", que conta com o jornalista e escritor angolano João Fernando André, o escritor e editor português Jorge Reis-Sá, a poeta, ensaísta e tradutora colombiana Lauren Mendinueta, o poeta, fotógrafo, jornalista e editor brasileiro Ozias Filho e o poeta e músico afegão Ustad Fazal, especialista em música clássica indiana, e residente em Lisboa, onde trabalha como músico e professor.

A encerrar o Palavrio, está prevista uma sessão de homenagem ao Prémio Nobel da Literatura em língua portuguesa, sob o título "José Saramago -- Homem-Rio", que junta à conversa Sérgio Letria, diretor da Fundação José Saramago, e Inês Fonseca Santos.

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