Foi, "com um profundo sentimento de desilusão", que Joana Andrade emitiu recentemente um comunicado à imprensa com o objetivo de partilhar uma reflexão pública. Em causa está o facto de a World Surf League a ter excluído da competição realizada na Nazaré, que se tornou conhecida pelas ondas gigantes.
"Como única surfista portuguesa a dedicar a minha vida ao surf de ondas grandes, esperava que o meu percurso e experiência fossem valorizados, especialmente num evento realizado no nosso país, o WSL Nazaré Tow Surfing Challenge", começou por escrever na nota enviada às redações.
"A Nazaré, e as ondas gigantes de Portugal, tornaram-se palco mundial graças ao esforço e dedicação de muitos atletas locais. No entanto, este ano, a WSL decidiu realizar o evento sem sequer convidar uma surfista portuguesa", acrescentou logo depois, deixando claro o seu descontentamento e avançando com uma dura crítica.
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"Isso demonstra uma falta de respeito e reconhecimento pelo talento nacional e levanta questões sobre os interesses que estão a influenciar essas escolhas", apontou a surfista, esclarecendo que não se trata "apenas" da sua ausência, mas sobre como "estas decisões impactam o desenvolvimento do surf feminino e da nossa representação internacional".
"Usam as nossas ondas, o nosso país, mas deixam de lado quem realmente construiu e representa esta história. Agradeço a todos os que me apoiam e confio que, juntos, faremos com que esta mensagem chegue onde é necessário", rematou, por fim.
Note que Joana Andrade é uma atleta especialista em ondas grandes. Aliás, está indicada entre as melhores surfistas femininas de ondas grandes do mundo. Além disso, é proprietária de uma escola de surf na Ericeira, a sua cidade natal, e tornou-se fundadora da primeira escola de surf para raparigas em Portugal.