Há uns dias, Pedro Chagas Freitas, conhecido escritor português, dava conta de um gesto de Fernando Rocha, humorista e apresentador da SIC, que se ofereceu para doar parte do fígado ao seu filho, Benjamim. A criança, de sete anos, está há dois meses internado num hospital, a lutar contra uma doença genética e hereditária.
“(…) Enviou os exames todos dele, para eu saber que estava pronto para o que fosse necessário. Não foi preciso. Ficou o gesto, a gratidão que nunca passará“, contou o autor, numa partilha no Instagram.
Entretanto, numa entrevista à revista TV 7 Dias, Fernando Rocha contou, de forma mais detalhada, como tudo se processou, e o que o motivou a ajudar o filho de Pedro Chagas.
Um motivo para sorrir! 83 dias depois de ter sido internado, filho de Pedro Chagas Freitas sai à rua
Segundo o próprio, Fernando não queria que o assunto se tornasse público, pois defende que “solidariedade não é publicidade“. Ainda assim, decidiu na partilha do seu gesto, depois de uma mensagem do escritor.
“Isto no fundo não era para se publicar. Eu fiz isto na sombra, ele ligou para mim a dizer que fazia questão de avançar com a publicação. Nem eu sabia que ia dar tanto barulho“, começou por salientar.
Afirmando que recebeu muitas mensagens a elogiarem o seu gesto, o humorista é direto: “Fico feliz de as pessoas dizerem que sou um gajo fixe e tal, mas é agridoce. Também fico triste, porque penso: se as pessoas acham que o que eu estou a fazer é mesmo completamente fora de série e não é normal… devia ser comum e normal“, lamenta.
O rosto da SIC conta que soube do caso do filho de Pedro Chagas Freitas através de um grupo de humoristas no WhatsApp, tendo esse sido o ponto de partida que o levou a contactar o escritor.
“Foi coincidência, tinha feito exames nessa semana, de tudo, análises… eu era compatível com o miúdo no sangue, o resto não sei. (…) Mandei tudo para ele e disse-lhe para mostrar aos médicos. (…) Ele ligou-me a questionar se eu tinha noção dos perigos, e foi quando lhe disse que ‘O fígado regenera-se. O que não regenera é a minha consciência‘“.
Ainda que não tenham concluído este processo, que já se tinha iniciado há dois meses, Fernando Rocha destaca: “O Pedro ligou-me a dizer que não podia deixar de me agradecer. Deixa-me tanta pena ouvir que não é normal estas coisas, isto devia ser comum. Era tão fácil a vida“, remata.