Guilherme Castelo Branco foi o convidado especial de Manuel Luís Goucha no programa da tarde da TVI. O filho de José Castelo Branco ‘abriu o coração’ perante Portugal.

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“Sou uma pessoa ponderada e racional, como o tio Luís é [o padrasto]. Sou muito calculista. Muito precavido, gosto de pensar em tudo, construir as coisas na minha cabeça”, começou por dizer, falando da influência do companheiro da mãe, Luís Albergaria, com quem lida já desde os quatro anos de idade – apesar de a mãe ter-se separado deste homem 20 anos depois. “É o meu conselheiro. É a pessoa a quem eu recorro quando tenho alguma dúvida. É muito racional”, explica.

“Sentia vergonha”

Sobre o pai, José Castelo Branco, Guilherme falou abertamente. “Casa-se com a Betty [Grafstein] e começa a usar uns casacos mais diferentes e umas camisas mais coloridas, começa a usar base… e começo-me a questionar e a questioná-lo. Já nessa altura começaram a haver alguns comentários que não eram os mais simpáticos. Eu era miúdo, não compreendia. Na altura senti-me ofendido por ele ser assim. Não me culpo por ter tido essa reação, tinha 12/13 anos. Não desabafava com ninguém, sentia vergonha. O meu núcleo familiar sempre foi muito forte, mas eu não conseguia demonstrar que aquilo não era suficiente para eu estar bem”, conta, ao recordar o bullying sofrido na escola.

“Hoje há uma preocupação maior por parte dos pais e um acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra. Eu fui-me resolvendo. Consegui compreender. Acho que estou bem resolvido”, diz, não descartando a hipótese de, um dia, caso precise, procurar ajuda profissional no que toca à saúde mental.

“Desde novo, o meu pai foi mudando, foi passando por vários estágios. Ele teve de fazer esta transformação por ele, por mim e pelo público. Ao fazer desta forma conseguiu que as pessoas fossem aceitando as diferenças. A evolução que ele teve ajudou a que o País fosse menos cinzento. Era preciso ter coragem para sermos nós próprios (…) Foi uma fase muito complicada para mim. Eu baixei as minhas defesas. As pessoas fazem julgamentos. Acho que não devemos estar a fazer juízos de valor de ninguém.”

“Amo o meu pai, como é óbvio. Tal como amo a minha mãe”

“O que sente pelo seu pai?”, quis saber Goucha. “Amo o meu pai, como é óbvio. Tal como amo a minha mãe”, respondeu Guilherme. Posto isto, Castelo Branco surpreendeu o filho com uma declaração de amor. “É um filho muito especial. Às vezes até é meu pai, consegue-me dar conselhos como se fosse meu pai. Especialmente neste momento, esteve sempre sempre do meu lado. O meu sentimento é muito grande, muito muito grande. Não se pode contar, é exatamente o número de estrelas do céu, é quase infinito. Um beijo para si, meu filho, e obrigado por ter-me sempre aceite. Obrigado por ser o menino que é. É o meu amor e a Constança [neta] a minha vida. São eternamente meus.”

Texto: Joana Dantas Rebelo Fotos: redes sociais