Deborah Secco tinha apenas dois anos quando perdeu a irmã, Ana Luísa, que na altura tinha cinco anos. O tema difícil já tinha sido abordado pela atriz e, recentemente, voltou a recordar contando mais detalhes.
Numa entrevista exclusiva ao portal LeoDias, Deborah revelou a causa da morte da irmã mais velha, que nasceu com diversos problemas de saúde e teve uma complicação ao ser submetida a uma “cirurgia super simples”. “Ela teve um choque anafilático com o pré-anestésico", começou por dizer.
A brasileira explicou que o médico optou por não realizar a traqueostomia de imediato, tentou entubá-la, mas a demora resultou em danos cerebrais severos. "Viveu um ano e pouco em estado vegetativo e faleceu a dormir", contou.
Deborah ainda destacou a força da mãe, Silvia Regina: “A minha mãe é muito maravilhosa, uma mãe que dedicou a vida para filhos. Ela não trabalhava, cuidou de mim e dos meus irmãos. O meu trabalho e o facto de eu conseguir estar onde estou é porque a minha mãe abriu mão só para estar comigo e sonhar o meu sonho. Ela perdeu uma filha com cinco anos e criou-me com uma urgência pela vida”, disse.
"Fui a substituição da minha irmã para os meus pais"
Ao falar da forma como foi criada pela mãe após o falecimento da irmã, a atriz esclareceu: "A minha mãe nunca conseguiu dizer-me ‘não’ porque ela disse ‘não’ para minha irmã e ela morreu com cinco anos sem poder pintar o cabelo, sem poder brincar de colocar uma unha. Então todas as vezes que eu pedia alguma coisa, ela dizia: ‘Claro que pode, a sua irmã não pôde’. Se fosse alguma coisa que me fizesse, de facto, mal ou pudesse magoar-me, ela negava, mas ela sempre foi do ‘sim’, do vive o teu sonho porque pode acabar amanhã. E pode, não é? Vivemos como se fossemos eternos, mas não somos”, contou.
"Eu cresci com esse peso de uma irmã morta. Eu dormia na cama que era da minha irmã, usava a roupa que era da minha irmã, eu tenho a cara da minha irmã e fui a substituição da minha irmã para os meus pais. [Mas] foi por essa liberdade que ganhei da minha mãe que me tornei a Deborah Secco”, rematou.