Sonhou em ser carpinteiro, mas a vida trocou-lhe as voltas e atualmente possui 16 restaurantes e quatro estrelas Michelin. José Avillez foi o mais recente convidado a marcar presença no programa Júlia e abriu o livro sobre a sua vida pessoal.

Da infância à atualidade, o Chef esteve à conversa com Júlia Pinheiro e um dos temas abordados foi a morte (precoce) do seu pai, aos 36 anos, quando era apenas uma criança de 7 anos. "Esse é o grande abalo [da família]", começou por dizer.

"Lembro-me tão bem. Estávamos numa escola em Cascais e lembro-me de me virem dizer que, como sabíamos, o meu pai estava doente e tinha piorado. Chamaram-me a mim e à minha irmã. Depois saímos da escola e entrámos no carro com a minha mãe e os meus avós, que nos disseram", revelou José Avillez.

O convidado de Júlia Pinheiro confessou que, apesar de aos 12 anos já se sentir "mais maduro" que os seus amigos por conta de em tão tenra idade se ver 'obrigado' a ser "o homem da casa, responsável pela mãe e pela irmã", o processamento de que havia perdido o pai só chegou, efetivamente, mais tarde. "Eu acho que só com 17/18 anos é que consegui processar", referiu.

A falta de uma presença masculina e a família da mãe

Além disto, o Chef explicou ainda à apresentadora que não tem memórias de em algum momento ter sentido inveja por "algum amigo ter pai" e que acredita que isso se deveu ao facto de na família da sua mãe haver "muitos primos e tios".

"De alguma maneira, com primos mais velhos ou com tios, fui substituindo a figura masculina que me faltava. Mas há sempre um sentimento, claro. Não é preciso ser orfão de pai e mãe, a pessoa sente-se abandonada de alguma maneira, tentamos não nos culpar, mas pensamos que, de alguma maneira, a culpa é nossa", concluiu.