A saúde de Pinto da Costa começou a deteriorar nos últimos meses, após ter sido diagnosticado com cancro na próstata há dois anos e meio. O ex-presidente do FC Porto morreu aos 87 anos, no passado sábado, 15 de fevereiro.

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“Estava menos ativo, muito sonolento, muito apagado”

E uma das últimas pessoas que esteve com Pinto da Costa foi Fernando Póvoas, com quem tinha uma relação de amizade há vários anos. “Perdi um amigo, um homem grande”, começou por afirmar no Passadeira Vermelha.

O médico percebeu que podiam ser as últimas horas de vida do amigo e algumas horas depois recebeu a notícia que tinha morrido. “Ele estava confuso, pedia-me sempre para o levar para casa e já estava em casa. Perguntei-lhe qual era a morada e dizia a morada toda certinha. Falámos sobre o FC Porto, do clube sabia tudo. Mas estava menos ativo, muito sonolento, muito apagado”, afirmou a Liliana Campos.

Fernando Póvoas despediu-se do amigo e não teve dúvidas que seria a última vez que o veria. “Dei-lhe um beijo na testa e com a sensação que era o último que lhe dava, que não o ia ver mais. Desci no elevador e disse ao filho ‘o teu pai não vai estar por muito mais tempo’. Passado umas horas recebi um telefonema ‘já não está cá’. Foi dolorosa. Era uma ótima companhia, era um ser humano diferente. Odiado por alguns mas amado até à exaustão”, recordou, tendo destacado a quantidade de pessoas que estiveram nas cerimónias fúnebres.

Fernando Póvoas partilhou que não estava previsto o corpo de Pinto da Costa passasse no Estádio do Dragão. “As pessoas do Porto têm memória e não esquecem, são gratas. Tudo aconteceu da forma que ele queria e, no funeral, ainda foi ao estádio. Foi também vontade desta direção e não foi contrariada pelos filhos”.

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Texto: Carolina Marques Dias Fotos: Impala