
A Yamaha tornou-se o primeiro fabricante de motociclos a introduzir uma linha de pintura totalmente carbono-neutra, um passo significativo na sua ambição de atingir a neutralidade carbónica em toda a organização até 2050.
A nova linha de produção, denominada CN1, foi implementada na sede da marca em Iwata, no Japão, e começou a operar a 20 de fevereiro, com a pintura de depósitos de combustível de motociclos. Esta inovação elimina o uso de combustíveis fósseis no processo de pintura, substituindo-os integralmente por eletricidade.
Tradicionalmente, os processos de pintura na indústria motociclística recorrem a combustíveis fósseis para aquecer tintas e outros líquidos, manter a temperatura e humidade das cabines de pintura, além de garantir a secagem e cozedura dos componentes pintados. A Yamaha, contudo, conseguiu contornar essa dependência através de um conjunto de avanços tecnológicos.
A CN1 funciona totalmente a eletricidade, combinando diversas inovações, incluindo o desenvolvimento de tintas que podem ser aplicadas a temperaturas mais baixas, um design mais compacto da instalação e novas tecnologias de isolamento e reciclagem do ar. Estes avanços permitem não só reduzir as emissões de carbono, como também aumentar a eficiência energética do processo produtivo.
Num comunicado oficial, a Yamaha destacou a importância desta iniciativa dentro do seu plano ambiental para 2050, que prevê a neutralidade carbónica em toda a cadeia de abastecimento, incluindo as atividades da própria empresa. Além disso, a marca ambiciona atingir a neutralidade carbónica nos seus centros de produção até 2035.
Embora a Yamaha lidere esta mudança na pintura industrial, outras marcas também têm procurado soluções mais sustentáveis. A Honda, por exemplo, incorporou bioplásticos nas carenagens da mais recente geração da NC750X, reduzindo a necessidade de pintura ao utilizar peças tingidas diretamente no processo de moldagem por injeção.
A crescente preocupação ambiental na indústria motociclística reflete um compromisso com a sustentabilidade, e a Yamaha, com esta nova tecnologia de pintura, dá um passo relevante na construção de um futuro mais ecológico para a mobilidade sobre duas rodas.