"A todos os comandantes dos quatro componentes das regiões e áreas de defesa, e à milícia bolivariana, pediu um plano especial contra a sabotagem e a guerra ao sistema elétrico, porque a direita pretende boicotar as eleições [presidenciais, previstas para 22 de abril] e tem um plano para atacar todo o serviço", disse.

Nicolás Maduro falava no Forte de Tiuna, a principal base militar de Caracas, no comando central dos Exercícios de Defesa e Independência 2018, intervenção que foi transmitida em simultâneo e de maneira obrigatórias pelas rádios e televisões do país.

Maduro disse que na última semana houve um ataque que deixou o oeste do país durante 12 horas às escuras e que há 10 dias houve uma explosão induzida que afetou todas as zonas do leste, norte e parte do oeste da capital.

"Todas as semanas há um ataque. Temos que blindar o sistema elétrico. A partir de agora o sistema elétrico deve ser o eixo central e há que reforçar a proteção. Faço um chamado aos trabalhadores da Corporação Elétrica (empresa estatal), temos que defender o sistema elétrico. Há muitos infiltrados recebendo dinheiro do império para sabotar o povo. Não poderão contra o povo e a oligarquia não regressará ao nosso país", disse.

Por outro lado, o chefe do Comando Estratégico Operacional das FAV, Remígio Ceballos, explicou que os "ataques" ao sistema elétrico têm como propósito gerar mal estar na população e "entorpecer" o funcionalmente das empresas petrolíferas.

"Conseguimos detetar, segundo estatísticas recolhidas, que os sítios com maior incidência e ataque têm sido nos Estados de Zúlia [oeste do país], Anzoátegui [leste] e na região capital. As grandes instalações petrolíferas encontram-se em Zúlia e no leste (Anzoátegui) e a grande população está concentrada na região capital", explicou.

Na Venezuela, desde há vários anos, são frequentes as queixas da população de falhas do setor elétrico.

Os apagões que ocorrem frequentemente no interior do país, começaram a sentir-se mais intensamente também na capital, nas últimas semanas, onde em fevereiro ocorreram quatro importantes falhas elétricas.

A oposição venezuelana tem denunciado, em várias oportunidades, falhas de manutenção das barragens e centrais produtoras de energia elétrica. Também que o sistema não tem recebido os investimentos necessários para responder ao aumento do consumo.

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