A União Europeia e os Estados Unidos reagiram hoje negativamente à composição do Governo interino afegão, que inclui a velha guarda talibã, mas nenhuma mulher, e contraria as promessas de abertura do regime.
O novo governo interino do Afeganistão, liderado pelos Talibãs, entrou recentemente em funções e uma das primeiras medidas passará por excluir as mulheres da prática desportiva susceptível de descobrir o corpo ou rosto.
A diplomacia da União Europeia (UE) criticou hoje a formação do novo Governo afegão por não ser “nem inclusivo nem representativo” da diversidade étnica e religiosa, vincando que não corresponde “ao que os Talibãs prometeram nas últimas semanas”.
O ministro da Defesa defendeu hoje que a retirada das tropas da NATO do Afeganistão confrontou a União Europeia com a sua dificuldade em mostrar capacidade, relevância e iniciativa estratégicas e que devem ser retiradas as "devidas lições".
O Irão insistiu hoje na necessidade da formação de "um governo inclusivo" no Afeganistão para alcançar a paz no país, após o anúncio do novo governo afegão, composto exclusivamente por talibãs.
Os talibãs têm mostrado "pragmatismo" e devem ser julgados por suas ações como "governantes de facto" do Afeganistão, disse à agência de notícias AFP uma ministra do Qatar, país que ainda não reconhece o Governo dos talibãs.
A Áustria, a República Checa e a Eslováquia, três Estados-membros da União Europeia que partilham fronteiras, rejeitaram hoje a possibilidade de acolher refugiados afegãos, afirmando que "a Europa já não é lugar" para quem foge dos talibãs.
Os talibãs dispersaram hoje com disparos para o ar novas manifestações que denunciavam designadamente a violenta repressão no vale de Panjshir, norte do país, após terem advertido na segunda-feira que não tolerariam qualquer contestação ao seu poder.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse hoje que o Departamento de Estado está em contacto com os talibãs para serem efetuados voos adicionais de retirada de afegãos que queiram abandonar o Afeganistão, e estes garantiram "passagens seguras".
Os talibãs reivindicaram hoje a conquista da província nortenha de Panjshir, a única região do país que ainda não controlavam, apesar de a resistência local ter negado a captura e apelado ao prosseguimento dos combates por todo o país.
O decreto do regime talibã publicado este sábado, 4 de setembro, estipula que as estudantes afegãs não podem ter aulas mistas e são obrigadas a usar abaya, vestido negro, e cobrir o rostos com um véu.
Os talibãs advertiram hoje contra qualquer tentativa de insurgência contra o domínio do grupo extremista e convocaram as forças armadas do ex-governo afegão a juntarem-se às tropas talibãs nos novos serviços de segurança do Afeganistão.
Os talibãs anunciaram hoje que controlam totalmente o vale de Panchir, onde se tinha organizado a resistência desde que o movimento tomou o poder no Afeganistão, em meados de agosto.
O ministro da Defesa afirmou hoje que “a bola está do lado” dos talibãs no que concerne ao seu eventual reconhecimento pela comunidade internacional, lembrando que lhes foram impostos cinco critérios para que isso aconteça.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exortou todos os afegãos a pararem de imediato com a violência no país, num relatório enviado este fim de semana ao Conselho de Segurança da organização.
As estudantes afegãs estão interditadas de frequentar aulas de classes mistas, obrigadas a usar abaya, o vestido negro tradicional em alguns países islâmicos, e a cobrir o rosto com um véu,´niqab`, segundo um decreto do regime talibã.
Várias organizações de direitos humanos alertaram hoje para a crise humanitária que se vive no Afeganistão, agravada pela falta de um novo governo estável no país depois de os talibãs terem assumido o poder a 15 de agosto.
O aeroporto de Cabul retomou hoje os voos domésticos, suspensos desde 15 de agosto, quando os talibãs conquistaram a capital do Afeganistão e o aeroporto internacional passou a funcionar apenas para retirada de estrangeiros e afegãos colaborantes.
Os talibãs adiaram hoje, novamente, o anúncio do seu Governo, cuja composição deverá dar o tom para os próximos anos no Afeganistão, onde o novo regime continua a enfrentar resistência armada na província de Panshir.
Catarina Ferraz é a mais nova desta série de entrevistas. Tem 22 anos, os mesmos que o Bloco de Esquerda leva de existência. Candidata à Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão nestas autárquicas, considera que enquanto mulher pode fazer a diferença na política, dando voz "a quem a não tem".
Os talibãs dispersaram hoje com gás lacrimogéneo e disparos para o ar um protesto organizado por mulheres afegãs, que nos últimos dias têm saído às ruas de Cabul para reclamar a sua participação num futuro Governo no Afeganistão.
O segundo menino afegão que foi para a Polónia, intoxicado depois de consumir cogumelos venenosos, morreu como o seu irmão mais novo, anunciaram os médicos esta sexta-feira.
Portugal apoiou “a 100%” as propostas apresentadas pelo chefe da diplomacia europeia e hoje acordadas entre os 27 para a conclusão das operações de evacuação e apoio à saída do Afeganistão, disse à Lusa o ministro Augusto Santos Silva.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que espera dos talibãs um comportamento "civilizado" para que os "outros países" possam estabelecer relações diplomáticas com Cabul.