"Estamos a auscultar o Governo para saber qual é a agenda e o posicionamento em questões de segurança e que orientações dá nesta matéria tão sensível", disse Carlos Matsinhe, citado hoje pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Segundo o presidente da CNE, além do Governo, o órgão vai ouvir a opinião dos líderes locais, na ambição de garantir uma participação em massa da população, incluindo as pessoas que estão atualmente abrigadas em centros de acolhimento.
Moçambique começa em 2023 um novo ciclo eleitoral, com a realização das eleições autárquicas, seguidas de gerais em 2024 (presidenciais, legislativas, provinciais e possivelmente as distritais), num ciclo orçado em 18,7 mil milhões de meticais (cerca de 275 milhões de euros).
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.
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