A estratégia foi adotada durante a sessão plenária anual única do partido da Coreia do Sul, que terminou na sexta-feira e foi presidida pelo líder Kim Jong-un, disse a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.
O texto afirma que os EUA são o Estado "mais reacionário" e que deve ser implementada, no interesse da segurança norte-coreana, "a estratégia de resposta mais forte" contra Washington.
O documento acusa ainda a vizinha Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão de se tornarem "um bloco militar invasivo".
Kim ordenou a melhoria das táticas de guerra para responder às exigências da guerra moderna, ao mesmo tempo que apelou à melhoria contínua das capacidades de combate dos militares.
Durante a sessão, que começou na segunda-feira passada, Pak Thae-song foi nomeado primeiro-ministro, substituindo Kim Tok-hun.
Nos últimos anos, Kim tem convocado dois ou mais plenários do partido por ano, incluindo um que geralmente termina por volta de 31 de dezembro e que o líder aproveita para avançar na orientação da política nuclear e diplomática para o ano seguinte.
Na sessão de dezembro de 2023, Kim garantiu que existia uma relação hostil com o Sul e recusou a reconciliação e a unificação com o país vizinho, uma mudança na estratégia diplomática norte-coreana dos últimos 30 anos.
Kim disse também recentemente que as negociações falhadas que teve com o presidente eleito dos EUA demonstram que Washington não tem "vontade de coexistir" com o seu regime e que a política hostil norte-americana em relação a Pyongyang nunca mudará.
Kim e Trump reuniram-se três vezes: em Singapura, em junho de 2018; em Hanói, em fevereiro de 2019; e na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, em junho de 2019.
As negociações falharam devido ao desacordo ocorrido em Hanói, onde Trump rejeitou a oferta norte-coreana de desarmamento nuclear como insuficiente.
Na sexta-feira, o Japão e os EUA anunciaram as primeiras diretrizes para uma "dissuasão alargada", que inclui proteção nuclear norte-americana, para enfrentar os desafios de segurança colocados pela China e Coreia do Norte.
O documento destina-se a reforçar os "procedimentos existentes de consulta e comunicação da aliança Japão-Estados Unidos, relacionados com a dissuasão alargada", afirmaram os dois governos, num comunicado de imprensa, citado pela agência de notícias japonesa Kyodo.
O termo "dissuasão alargada" refere-se frequentemente ao compromisso dos Estados Unidos de utilizarem capacidades nucleares e convencionais para defender o Japão face às atividades militares da China e ao desenvolvimento nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.
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