A força aérea ucraniana emitiu esta madrugada um alerta aéreo para todo o país, dando conta de ataques com mísseis russos que visam várias regiões.
"Foi declarado um alerta aéreo em toda a Ucrânia devido a uma ameaça de mísseis", escreveu a força aérea da Ucrânia na plataforma de mensagens Telegram.
A mesma fonte disse que os mísseis visam sobretudo as regiões do sul Odessa, Kherson e Mykolaiv.
Após a Ucrânia denunciar um "ataque massivo" a infraestruturas energéticas, as autoridades decidiram cortar a eletricidade, nomeadamente em Kiev.
Com temperaturas a rondar os 0°C, "mais uma vez, o setor da energia foi sujeito a um ataque massivo do inimigo", afirmou o Ministério da Energia na rede social Facebook.
Foram efetuados cortes de energia de emergência sobretudo em Kiev (centro-norte), Odessa (sul) e Dnipro (este), de acordo com o operador ucraniano DTEK.
A Rússia tem vindo a bombardear zonas civis em toda a Ucrânia desde o início da invasão do país, em fevereiro de 2022, e intensificou os ataques à medida que o inverno se aproxima, visando em particular infraestruturas energéticas.
O Ministério da Defesa russo afirmou ter destruído 25 'drones' ucranianos durante a noite sobre a região de Bryansk, perto da Bielorrússia, da Crimeia e da região de Rostov (sul).
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse na quarta-feira que o conflito na Ucrânia está muito longe de ser solucionado, mencionando a situação militar.
"A julgar pelo que está a acontecer 'no campo de batalha', estamos ainda muito longe de uma solução política e diplomática para a crise", disse o chefe da diplomacia russa ao jornal governamental Rossyskaya Gazeta.
Lavrov disse também que Washington e os "países satélites" (países aliados) "estão obcecados" com a ideia de infligir uma derrota estratégica à Rússia.
"Para se aproximarem deste objetivo ilusório estão dispostos a fazer muitas coisas", considerou Lavrov.
Assim, Lavrov sublinhou que os ataques com mísseis contra o território russo constituíram um novo passo no agravamento da situação.
"Todos os nossos avisos de que haveria uma resposta adequada a estas ações inaceitáveis foram ignorados", afirmou.
No dia 19 de novembro, a Ucrânia lançou o primeiro ataque com mísseis ATACMS de longo alcance fornecido pelos Estados Unidos contra a região russa de Bryansk e, no dia seguinte, atacou a zona de Kursk com mísseis de fabrico britânico Storm Shadow.
A Rússia respondeu na quinta-feira da semana passada com o lançamento do míssil hipersónico (Oreshnik), um novo projétil balístico de médio alcance, contra uma fábrica de armamento na região ucraniana de Dnipro.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou recorrer a mísseis de nova geração se Kiev voltar a disparar mísseis contra o território russo.
A Ucrânia ignorou as ameaças de Putin e, no sábado e na segunda-feira, voltou a atacar com mísseis ocidentais de longo alcance alvos militares na região de Kursk, parte de cujo território está ocupado pelas tropas ucranianas desde o mês agosto.
Na frente de batalha, Moscovo está a obter ganhos territoriais contra um exército ucraniano enfraquecido, a menos de dois meses da tomada de posse do próximo presidente dos EUA, Donald Trump.
A administração do Presidente cessante, Joe Biden, pediu na quarta-feira a Kiev que diminua a idade mínima para a mobilização militar, para 18 anos, em vez dos atuais 25, para compensar a falta de soldados face ao avanço das forças russas no terreno. Este apelo surge numa altura em que Trump pode adotar uma nova abordagem e levar Kiev a negociar com Moscovo.