"É tempo de os líderes mundiais serem tão clarividentes como os 'hibakusha' [nome dado aos sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki] e verem as armas nucleares pelo que são: máquinas de morte que não oferecem qualquer segurança ou proteção", afirmou António Guterres em comunicado.

Os sobreviventes das bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki, acrescentou, "são testemunhas abnegadas e garantes da memória do terrível custo humano das armas nucleares".

"Nunca esquecerei os muitos encontros que tive com eles ao longo dos anos. Os seus testemunhos vívidos recordam ao mundo que a ameaça nuclear não está confinada aos livros de História", prosseguiu o líder das Nações Unidas, observando que "as armas nucleares continuam a ser um perigo claro e presente para a humanidade, que está de novo a aparecer na retórica quotidiana das relações internacionais".

Guterres sublinhou que "a única maneira de eliminar a ameaça das armas nucleares é eliminá-las completamente".

O Prémio Nobel da Paz 2024 foi hoje atribuído à organização japonesa Nihon Hidankyo, de sobreviventes das bombas atómicas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, anunciou o Comité Nobel norueguês.

A organização "recebe o prémio da paz pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas", afirmou o presidente do Comité Nobel norueguês, Jorgen Watne Frydnes.

Fundada em 10 de agosto de 1956, a Nihon Hidankyo defende "a assinatura de um acordo internacional para a proibição total e a eliminação das armas nucleares", segundo a página da organização na Internet.

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