"O caminho está aberto para negociações indiretas, que podem ser realizadas através de vários canais", explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, sublinhando que Teerão "não entrará em negociações diretas sob ameaças e pressão máxima".

"Esta é a nossa política clara e vamos mantê-la até que haja uma mudança na posição da outra parte em relação ao povo iraniano", afirmou Araqchi.

"Com acusações e exigências pouco razoáveis que são feitas, não entraremos em nenhuma negociação direta com os Estados Unidos", disse o ministro iraniano, segundo a agência de notícias Tasnim.

Araqchi afirmou ainda que nenhum país ousaria lançar uma "agressão" contra o país devido à sua "preparação exaustiva" para qualquer tipo de ameaça.

"O Irão nunca iniciará uma guerra, mas, em caso de ameaça, a resposta será firme, decisiva e conclusiva", argumentou durante um evento oficial em Teerão, divulgou a Press TV.

O próprio Araqchi disse na semana passada que Teerão está a avaliar as "ameaças e as oportunidades" contidas na carta enviada recentemente pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, ao líder supremo iraniano, ayatollah Ali Khamenei, sobre o programa nuclear do país, embora tenha sublinhado que a carta "contém sobretudo ameaças".

As autoridades iranianas já haviam confirmado a receção da carta enviada a Khamenei.

O líder supremo iraniano afirmou recentemente que o regresso às negociações com os Estados Unidos "só levará a sanções mais duras" e lembrou que o próprio Trump retirou Washington em 2018 do acordo nuclear alcançado entre as partes três anos antes, em Viena, que foi apoiado por uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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