William Lai Ching-te, considerado um agitador e separatista pelas autoridades chinesas, fez as declarações durante uma reunião com parlamentares do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), no poder, disse a secretária-geral do grupo legislativo do DPP, Rosalia Wu Szu-yao, em declarações divulgadas pela agência de notícias estatal taiwanesa CNA.

De acordo com Wu, Lai apelou aos legisladores do partido para que encarem as possíveis mudanças políticas sob a administração Trump como "uma oportunidade" e não como "um desafio", apesar das incertezas decorrentes do regresso do magnata à Sala Oval.

O líder taiwanês sublinhou ainda que as equipas económicas e de segurança nacional de Taiwan estão "totalmente preparadas" para responder a "quaisquer mudanças" na política dos EUA.

Estas declarações surgem num contexto de incerteza quanto ao empenho de Trump na defesa de Taiwan, uma ilha governada autonomamente desde 1949 e considerada pelas autoridades de Pequim como uma província sua, que deve ser reunificada, nem que seja à força.

O líder republicano, que intensificou a ajuda militar a Taipé durante o seu primeiro mandato (2017-2021), tem-se mostrado muito crítico em relação à ilha nos últimos meses, afirmando que Taiwan usurpou a indústria norte-americana de semicondutores e que deve pagar a Washington pela sua defesa.

Neste contexto, Lai afirmou, a 14 de fevereiro, que iria procurar uma solução "mutuamente benéfica" com os Estados Unidos, na sequência das ameaças de Trump de impor taxas sobre os semicondutores taiwaneses, que são fundamentais para empresas norte-americanas como a Nvidia, a Apple e a AMD.

 

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