A lista de finalistas para o melhor romance estrangeiro é composta por nove títulos, que, além da escritora portuguesa, incluem nomes como a sul-coreana Han Kang e o húngaro La´szlo´ Krasznahorkai.

Da lista de 17 nomeados, anunciada há um mês, ficaram para trás autores como o irlandês Sebastian Barry e o argentino Federico Falco.

O júri é presidido por Anne F. Garréta e composto por Marianne Alphant, Michel Braudeau, Marie Darrieussecq, Dominique Fernandez, Patrick Grainville, Frédéric Mitterrand, Andreï Makine, Pascale Roze e Alain Veinstein.

De acordo com a organização do prémio, o vencedor revelado em 09 de novembro, em Paris.

Em setembro, foi revelado que Lídia Jorge estava também nomeada para o Prémio Femina 2023, com o seu mais recente romance, "Misericórdia", sendo a única portuguesa entre os finalistas na categoria de melhor romance estrangeiro publicado em França. O vencedor do Femina será conhecido a 06 de novembro.

O romance "Misericórdia" tem-se destacado no mercado livreiro francês, tendo já vencido em agosto o Prémio para Melhor Livro Lusófono publicado em França, atribuído pela redação da revista literária Transfuge.

Segundo a Dom Quixote, que editou o livro em Portugal em 2022, este romance "tem sido muito bem recebido pela crítica, que já o incluiu entre os principais destaques da 'rentrée' francesa".

"Misericórdia" foi escrito por Lídia Jorge, porque a mãe, internada numa instituição para idosos, no Algarve, várias vezes lhe pediu que escrevesse um livro com aquele título.

A história decorre entre abril de 2019 e abril de 2020, data da morte da mãe da autora, que foi uma das primeiras vítimas da covid-19 no sul do país.

Segundo a escritora, este não é um livro "mórbido" e a sua escrita não lhe suscitou sentimentos de tristeza ou dor. Antes, é um "livro sobre o esplendor da vida que acontece quando as pessoas estão para partir", sobre os "atos de resistência magníficos, que as pessoas têm no fim da vida".

"Misericórdia" ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela 2022 da Associação Portuguesa de Escritores (APE).

Em abril passado, Lídia Jorge foi distinguida com o Prémio Vida Literária da APE e, em setembro, com o Prémio Eduardo Lourenço de carreira.

Em 2019, a escritora foi finalista do Prémio Médicis com o romance "Estuário".

MAG (TDI/AL) // RBF

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