Miguel Arruda, o ex-deputado do Chega suspeito do furto de malas no aeroporto, voltou esta quinta-feira a declarar-se inocente. O caso já o levou a sair da bancada do Chega e a tornar-se deputado não-inscrito. Agora, em entrevista ao Jornal Nacional da TVI, o eleito pelo partido de André Ventura nos Açores diz que cometeu um “lapso” e nega a existência de 17 malas em sua casa.
Relativamente às malas que estavam em sua posse, as quais não nega, Miguel Arruda afirmou que as usava para transportar mercadorias compradas online, de sites como a Vinted, AliExpress, Shein e Temu, e que as levava para os Açores para a sua família. Admitiu que foram apreendidas quatro malas nos Açores e três na sua casa em Lisboa, e mencionou que chegou a ter duas malas no Parlamento, embora mais tarde tenha negado essa afirmação.
Questionado sobre uma conta na Vinted, com o nome de utilizador miguelarruda84, não confirmou que fosse sua - embora tenha confirmado o ano do seu nascimento, 1984, segundos antes. Sobre a possível utilização da plataforma de compra e venda de roupa em segunda mão, explicou que, caso tenha criado uma conta, foi para vender algumas roupas.
“Eu não sei de que conta está a falar. Tenho memória de ter criado uma conta para vender umas coisas, não sei se cheguei a vender. Acho que cheguei a comprar mais” do que vendi, explicou. “Não fazia negócios, se fazia era de umas camisas minhas da Primark", justificando com a perda de peso recente. Outra hipótese que aponta é que a conta possa pertencer à sua mulher. “Penso que ela tem uma conta na Vinted para se entreter um bocadinho”, avançou.
Já sobre as imagens de videovigilância, que revelam o alegado esquema e que podem vir a ser tornadas públicas, sugeriu que poderiam ser manipuladas. “Perante as novas tecnologias, até podem aparecer imagens de inteligência artificial a demonstrarem isso”, diz em resposta a Sandra Felgueiras. Para Miguel Arruda, o caso poderia ter mesmo motivação política, por criticar interesses instalados no país.