O líder do PS pediu esta segunda-feira ao presidente da federação do PS/Braga para renunciar ao cargo e informou-o de que não o apoiará na recandidatura à Câmara de Vizela, após notícias de alegadas agressões de Victor Hugo Salgado à mulher. Em comunicado enviado à agência Lusa, o PS expressa "a sua inequívoca condenação de qualquer forma de violência doméstica e manifesta profunda preocupação com as informações que vieram a público" sobre o presidente da Câmara de Vizela e da Federação Distrital de Braga do PS.

"O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, solicitou a Victor Hugo Salgado que renunciasse ao cargo de presidente da Federação do PS de Braga. Informou igualmente que o Partido Socialista não apoiará a sua recandidatura à presidência da Câmara Municipal de Vizela", anuncia no mesmo comunicado.

O PS reafirma o "compromisso com o combate firme e determinado a todas as formas de violência, independentemente de quem as pratique".

"Sublinhamos que o caso se encontra em fase de inquérito e que é à Justiça que compete apurar os factos e assegurar a responsabilização adequada, com pleno respeito pelo princípio da presunção de inocência", acrescentou ainda.

Os socialistas reiteram a total solidariedade com as vítimas de violência e sublinham "a importância de que todas as denúncias sejam investigadas com o máximo rigor e celeridade, garantindo justiça e proteção a quem mais precisa".

O presidente da Câmara de Vizela e da Federação Distrital de Braga do PS, Victor Hugo Salgado, referiu sexta-feira que as notícias sobre alegadas agressões à mulher são uma "tentativa de instrumentalização da vida privada para fins políticos".

"A exposição pública destes factos [notícias de alegadas agressões físicas], alheios à vida cívica ou ao debate político, constitui uma tentativa de instrumentalização da vida privada para fins de combate político", adiantou o autarca e a mulher num comunicado conjunto e a que a Lusa teve hoje acesso.

Esta reação surge depois de o Observador ter revelado que Victor Hugo Salgado, que é recandidato pelo PS à presidência da Câmara de Vizela, no distrito de Braga, está a ser investigado por suspeitas de violência doméstica.

O Observador avançou ainda que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a GNR confirmam que há um inquérito aberto contra o autarca.

Entretanto, num comunicado divulgado pela Rádio Vizela, Víctor Hugo Salgado considerou que o PS se "precipitou" ao "manifestar uma posição de não apoio" à sua candidatura autárquica.

"Antes mesmo do comunicado do PS e, atendendo aos superiores interesses do Partido, já havia demonstrado ao secretário-geral a minha vontade de me afastar da presidência da Federação Distrital de Braga, tal como de todos os cargos que ocupo nos órgãos do Partido, para não prejudicar o processo eleitoral das legislativas que se encontra a decorrer", escreveu Salgado.

Segundo acrescentou, as notícias que dão conta do seu envolvimento num processo de violência doméstica "surgem de um conjunto de emails anónimos que circularam numa tentativa de instrumentalização da vida privada para fins de combate político".

Vítor Hugo Salgado afirma que este tipo de notícias "prejudica gravemente" o "crescimento saudável" dos seus filhos, causando-lhes "danos no seu desenvolvimento". "Em resposta ao julgamento sumário na opinião pública, afirmo que não tenho conhecimento da existência de qualquer processo, não fui constituído arguido e estou totalmente disponível para prestar declarações perante qualquer entidade judicial", concluiu.

Notícia atualizada às 20h10 com o comunicado de Víctor Hugo Salgado.