"Nunca mais vão dominar aqui, nem em Kiev, nem em Vilnius, nem em Riga, nem em Tallinn, nem em Chi?inau", afirmou o chefe da diplomacia polaca numa intervenção na câmara baixa do parlamento polaco.

Sikorski quis deixar uma mensagem aos "discípulos" do líder do movimento neo-eurasianista, Alexandr Duguin, conhecido como o "ideólogo" do Presidente russo, Vladimir Putin.

Sem nomear diretamente o líder russo, o governante perguntou se não tem já território suficiente com 11 fusos horários: "ocupem-se a governar melhor o que, segundo o direito internacional, está dentro das vossas fronteiras".

"Deixem de fantasiar com a reconquista de Varsóvia. O imperialismo russo é nosso inimigo", sublinhou.

O ministro apelou à Europa e à NATO para que tirem as suas conclusões da guerra russa na Ucrânia, com mais de três anos, em termos de capacidades de aquisição, doutrina de defesa e formação.

Para Sikorski, se a NATO for uma aliança eficaz, a Rússia não será vencedora.

A Polónia, que gasta 4,7% do PIB com a defesa, quer que os aliados aumentem as suas despesas para, pelo menos, 3,5% do PIB, o que daria à Aliança um orçamento 13 vezes superior ao de Moscovo.

Na sua intervenção parlamentar, o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu ainda que o comportamento dos países que apoiam a Rússia na guerra e que formam o chamado "eixo do caos" não deve ser ignorado.

A Coreia do Norte fornece armas e envia tropas para a linha da frente, enquanto o Irão fornece à Rússia a tecnologia para a produção de drones Shahed, já a China exportou "enormes quantidades de bens de dupla utilização, como equipamento de navegação, drones e tecnologias para interferir nas comunicações electrónicas e de rádio", acrescentou.

Sikorski afirmou que a Polónia respeita a China, mesmo que tenha divergências em matéria de direitos humanos, e sublinhou o salto de modernização que o gigante asiático deu nas últimas décadas.

"No entanto, acreditamos que a China criaria um novo valor na ordem global se, e tem os meios para o fazer, pusesse fim à guerra colonial de Putin na Ucrânia. Em vez de um 'lobo guerreiro', preferiríamos ver na China um mensageiro da paz", defendeu.

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Lusa/fim