"O setor extrativo em Moçambique tem vindo a ganhar maior dimensão com a exploração de recursos minerais e hidrocarbonetos, mas nós temos tudo feito para que não seja motivo de conflitos", disse Filipe Nyusi, durante a inauguração da vila de reassentamento Joaquim Mara, construída pela petrolífera Sasol em Inhassoro, província de Inhambane, sul de Moçambique.
Segundo o chefe de Estado, os projetos de exploração de recursos devem servir para a melhoria da condição social, destacando a importância das negociações e consensos antes da realização dos projetos para evitar conflitos com as comunidades.
"Os impostos que são cobrados desses projetos são estes que fazem estradas (...) os salários, apesar de discutíveis, mas saem também desses esforços, é assim como a distribuição é feita", disse.
Na ocasião, o Presidente de Moçambique referiu que a vila de reassentamento inaugurada hoje é um exemplo de ordenamento territorial, considerando que a infraestrutura "rejeita" a narrativa de usurpação de terra ou "imposição de mudanças forçadas" à população local.
Segundo o Presidente moçambicano, a vila de reassentamento Joaquim Mara foi construída com material resiliente e comporta, entre outros, habitações unifamiliares, infraestruturas para educação, desporto, residência de professores e igrejas.
"Cientes de que as infraestruturas hoje entregues são a base para o crescimento socioeconómico da nossa população, recomendamos a preservação das mesmas para que possam servir para as gerações futuras", concluiu Filipe Nyusi.
A petrolífera sul-africana Sasol exportou 2.695 milhões de gigajoules (GJ) de gás natural no sul de Moçambique de um total de 3.047 milhões produzidos nos últimos 20 anos no país, foi anunciado em agosto.
"Este marco não só colocou Moçambique no mapa regional de produtores de gás natural, mas também lançou as bases para o desenvolvimento do setor petrolífero a nível nacional", disse o chefe de Estado moçambicano, durante uma declaração à nação, na celebração do 20.º aniversário da criação do Instituto Nacional de Petróleos (INP), em Maputo, em 20 de agosto.
A Sasol explora reservas de gás desde 2004 em Temane e Pande, na província de Inhambane, com gasodutos para a África do Sul e Maputo, alimentando ainda a central elétrica moçambicana de Ressano Garcia, junto à capital e na fronteira com a África do Sul.
Segundo o chefe de Estado moçambicano, do total produzido pela empresa sul-africana, 352 milhões gigajoules -- unidade de energia equivalente a cerca de 25,5 metros cúbicos - foram consumidos no mercado moçambicano como gás comercial e também serviram de "royalties em espécie".
Para Nyusi, o início da exploração de gás em Pande e Temane foi uma das grandes realizações do país nos esforços para aproveitar o potencial energético, lançando as bases para o desenvolvimento do setor petrolífero em benefício dos moçambicanos, que culminou com a descoberta de reservas na bacia do Rovuma, estimadas em cerca de 180 triliões de pés cúbicos.
Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
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