"Os resultados foram divulgados no dia 24 de outubro, mas a pessoa acordou, convocou as manifestações violentas, ilegais, criminosas, para o dia 21 de outubro, antes da divulgação dos resultados", apontou Daniel Chapo num comício no distrito de Moatize, na visita de quatro dias que efetua à província de Tete.

O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados das eleições de 09 de outubro, liderou nos últimos cinco meses a pior contestação aos resultados eleitorais que o país conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994), com protestos em que cerca de 390 pessoas perderam a vida em confrontos com a polícia, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando, igualmente, em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas.

Contudo, em 23 de março, Mondlane e o Daniel Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de cessar a violência e estabilizar o país.

O Presidente de Moçambique lembrou aos presentes no comício e ao antigo candidato presidencial que o país possui instituições estatais que lidam com matérias eleitorais, criticando Mondlane por se ter declarado vencedor do escrutínio presidencial e por convocar protestos.

"Portanto, declara-se vencedor antes da contagem dos votos, convoca manifestações violentas antes da divulgação dos resultados. Isso é uma demonstração clara de que aquilo que nós assistimos durante tantos dias não têm nada a ver com resultados eleitorais, são coisas que estavam programadas muito antes, independentemente do resultado", disse.

Daniel Chapo apelou ao fim da violência no país e pediu união: "Vamos todos nos juntar a esta chama [tocha da unidade], o calor da unidade nacional para juntos como moçambicanos rejeitarmos a violência, o ódio, amarmos a paz, a reconciliação, a unidade entre irmãos, o amor ao próximo para desenvolver Moçambique".

O Presidente de Moçambique lançou em 07 de abril a tocha da unidade nacional, que marcha desde o norte, devendo percorrer todo o país até chegar a Maputo, em 25 de junho, culminando com as celebrações dos 50 anos da independência.

O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

PME // JMC

Lusa/Fim