
Dos beneficiários da assistência, 10.315 são crianças com menos de cinco anos, segundo o relatório ao qual a Lusa teve hoje acesso.
"Em adição, a reabilitação e equipamento de nove centros de saúde nas província de Sofala e Nampula proporcionou o acesso a cuidados de saúde a mais de um milhão de pessoas", refere-se no documento.
A Unicef conduziu uma análise de risco de emergência de saúde pública em Moçambique, para melhorar a "preparação" e "resiliência" do país face às alterações climáticas, afirma.
"Este estudo vai ajudar Moçambique a desenvolver programas informados sobre os riscos e a priorizar ações para a preparação, prevenção e resposta para futuras emergências de saúde pública", acrescenta.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
A última época de chuvas em Moçambique, iniciada em outubro de 2023 (até abril do ano seguinte), afetou cerca de 240 mil pessoas, destruindo totalmente mais de 1.800 casas, segundo dados apresentados em junho de 2024 pelo Governo.
"Em todo o território nacional foram afetadas cerca de 240 mil pessoas, mais de 34 mil casas, mais de 5.000 parcialmente destruídas e cerca de 1.800 totalmente destruídas", disse, na altura, o secretário permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, Ambrósio Sitoe.
Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) noticiados anteriormente pela Lusa.
No relatório de Indicadores Básicos do Ambiente de 2023, o INE detalha todos os eventos extremos desde 2019, e respetivas consequências, acrescentando que estes provocaram, ainda, no mesmo período de quatro anos, 2.936 feridos.
A província de Sofala, no centro de Moçambique, foi a mais atingida por um único evento, com o ciclone Idai, em 2019, a provocar 403 mortos - dos 603 que provocou em todo o país -, afetando 1.190.594 pessoas e deixando ferimentos em 1.597.
LYCE // MLL
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