Chegou a hora! A contagem decrescente para a próxima madrugada (00.30h) não pára: três anos, 3 meses e 24 dias após ter sido escolhido, por Sacramento, na 39.ª posição do draft de 2021; 2 anos, 9 meses e 26 dias depois de disputar o primeiro jogo oficial, pelos Kings, contra os Grizzlies, tornando-se também no primeiro português a atuar na NBA; e apenas 128 dias volvidos desde que celebrou a conquista do 18.º título dos Celtics, Neemias Queta está de regresso para a quarta temporada na melhor liga do mundo.

Prevê-se que seja a sua melhor de sempre e, tal como na época passada, o seu maior risco é tornar-se bicampeão, ou como os americanos dizem, fazer o back to back. Logo agora que volta a ter um cromo seu para os colecionadores. Mas essa é outra história.

Hoje, no arranque do 79.º campeonato, antes do embate contra os Knicks, Queta viverá mais um momento único quando, no TD Garden, for um dos protagonistas da tradicional cerimónia da entrega dos anéis por parte dos donos do clube e contemplar o hastear do estandarte correspondendo ao título de 2023/24.

São 17 os que já estão no teto do pavilhão, ninguém tem mais do que os Celtics, mas agora, Neemias, de 25 anos, poderá sempre olhar para cima e dizer que aquele também é seu.

Ajudou a conquistá-lo depois de ter atuado 28 partidas na regular season, mais do que nas duas anteriores épocas (15+5), e com médias pessoais máximas de 5,5 pts, 4,4 res, 0,7 ass, 0.8 dsl em 11,9m, tendo disputado dois jogos do play-off (pela primeira vez) e o Jogo 4 dos Finals contra os Mavericks.

Ganhar o título foi bom, mas soube-lhe a pouco. «Ter sido campeão tão cedo na carreira é algo de louvar e acho que, a partir de agora, é pensar no próximo e tentar acumular o máximo de campeonatos. O objetivo é conseguir mais um anel. Vencemos, estamos contentes com isso, mas não satisfeitos com o que já fizemos», contou pouco depois de ter regressado a Portugal e assinado contrato com os Celtics por três épocas por mais de 7,180 milhões de dólares (6,6 milhões de euros), mas sendo a última temporada de opção do clube.

Será a primeira vez que não tem um vínculo de duas vias, que também lhe permitia actuar na G League, mas também já havia excedido o limite de três épocas em tal situação.

Horas depois de se sagrar campeão prometeu que iria trabalhar ainda mais e surpreender todos com a evolução que virá apresentar. Treinou aspectos individuais específicos para postes no defeso e na pré-temporada, ainda que valendo o que valem os jogos de preparação, mostrou-se mais forte e confiante.

O treinador Joe Mazzula conta com o seu contributo, até porque, pelo menos até dezembro, deverá estar privado do poste principal, o letão Kristaps Porzingis, operado a um tendão do tornozelo esquerdo. Sobretudo nas tarefas defensivas e intimidação dentro da área, mas também para ajudar a abrir espaços para os lançadores, Neemias terá de assegurar um lugar na rotação pois o veterano Al Horford também será regularmente poupado.

O que há muito tempo Neemias já decidiu foi o dedo onde irá usar o anel de campeão da NBA. Como já tinha dois dedos ocupados com os dos títulos em Utah State, tirou medidas para o dedo médio.

Quanto ao design, feito pelo joelheiro Jason Arasheben, de 46 anos, também conhecido por Jason of Beverly Hills, que criou anéis para os Lakers (2), Warriors (4), Bucks e Nuggets, só hoje será conhecido.

Como é habitual no arranque, a NBA escolheu dois jogos a dedo e o campeão começa em casa contra os Knicks, um dos três clubes, tal com os Celtics, que existem desde a criação da Liga, em 1946/47. Esta época a rivalidade promete aquecer a rivalidade.

O segundo encontro, no Oeste, terá mais dois aspirantes ao título e além da expectativa do duelo entre Anthony Edwards e LeBron James, fica no ar a (pouco provável) possibilidade de King James jogar, oficialmente, pela primeira vez com o filho Bronny e fazer-se uma vez mais história.