Atualmente no comando técnico do Botafogo e na liderança isolada do Brasileirão, Artur Jorge não se arrepende de ter trocado o SC Braga pelo Brasil, afirmando mesmo que a sua saída era inevitável e explicou as razões que levaram isso a acontecer.

«A paixão de poder vir para um projeto que me agradou desde a primeira conversa… estava numa zona de conforto muito boa, desde os sub-15 do SC Braga, e que me levou a subir gradualmente os patamares para chegar ao mais alto nível. E quanto mais eu ia subindo, mais perto ficava da minha saída», começou por dizer, em entrevista ao Globo Esporte.

O português está orgulhoso do que fez pelo clube do seu coração e sentiu que, perante esta oportunidade, tinha de sair: «Não há treinadores eternos, poucos de grande longevidade, e eu sabia que tinha chegado o meu momento de sair. Fizemos campanhas muito boas, fase de grupos da Liga dos Campeões. Batemos todos os recordes, golos marcados, pontos conquistados, números de vitórias e estava a deixar uma marca. E quando tive a oportunidade, não hesitei.»

Pela primeira vez a trabalhar no estrangeiro, o técnico revela que tem saudades da sua família, mas que está feliz no novo clube: «O Botafogo era um clube de que eu ouvia falar, da sua grandeza e uma estabilidade muito importante para mim, porque vivo disso também. E estou muito bem aqui, senti-me muito bem recebido. Não me canso de elogiar o grupo e senti-me útil, que viria para acrescentar alguma coisa. Vim para dar a minha vida por este projeto.»

Por fim, Artur Jorge revelou a ideia de que tinha do futebol no Brasil, algo que para si não se veio a confirmar, apesar das três derrotas iniciais: «Confesso que a primeira imagem que tinha enquanto espectador não era a melhor sobre o futebol brasileiro, justamente pela continuidade massiva de trocas de treinadores. Muitos em cima de um ou dois resultados e isso não mostra estabilidade do projeto e é uma tremenda prova de falta de confiança.»