Ares Masip, ciclista de enduro e vice-campeã em Espanha por três ocasiões, denunciou uma tentativa de violação que sofreu de outro corredor numa etapa do Mundial, na Áustria.

Na altura, a espanhola revelou a situação à Federação Internacional de Ciclismo, que está a realizar uma investigação para decidir se implementa medidas cautelares de forma que a vítima e o alegado agressor não coincidam na competição.

«Eu estava a dormir e notei um movimento muito forte, abri os olhos e vi-o. Fiquei com medo e disse ‘o que diabo estás a fazer aqui?’ e ele respondeu ‘eu tenho o hotel muito longe, posso pernoitar?’ e então eu disse ‘ok, mas apenas para dormir’. Ele sobe para a cama e já sobe nu, e eu digo-lhe ‘não, estou a dormir e não quero fazer sexo contigo.’ Ele continou a insistir cada vez mais, tentou-me beijar, tocar-me, puxar as minhas calças para baixo… repetindo que me ia violar», disse Masip, afirmando que o agressor foi embora algumas horas depois, mas que ficou traumatizada com a situação, especialmente quando o reencontra para treinar ou em competições.

Um ano depois, ao saber que o corredor tinha tentado fazer o mesmo com outra ciclista, a espanhola decidiu levar o caso para tribunal e anunciar a situação publicamente: «Decidi torná-lo público porque acontece muito mais do que pensamos, nos paddocks há outros agressores», explicou, pedindo ainda que lhe fosse retirada a licença. «Para mim, o que devia acontecer é que a licença dele fosse retirada, porque isto aconteceu no paddock de um Mundial para o primeiro lugar do desporto. É um ambiente muito pequeno [na Federação], um lugar físico muito limitado e é muito difícil não coincidir com alguém. Reduzi consideravelmente o número de corridas e reduzi por vários motivos, mas um deles é porque não concordo com isso», finalizou.