Findada a jornada 13, a Oliveirense somava apenas seis pontos, já tinha apostado sem sucesso em dois treinadores e parecia destinada à descida no último lugar da Liga 2. António Torres Campos não apareceu num cavalo branco, mas está a ser a personagem principal da história de redenção da equipa de Oliveira de Azeméis. Quatro vitórias e três empates nos onze jogos disputados com o treinador de 31 anos ao leme, patrocinaram a recuperação do lanterna vermelha que já não o é e que 'morde os calcanhares' ao lugar de play-off.

O último capítulo da história de encantar da Oliveirense foi escrito em Paços de Ferreira, contra uma equipa amarela que perdeu 0-1 em casa por culpa própria.

Aos 18', Rui Fonte deu um pontapé à meia-volta na monotonia inicial, mas a primeira tentativa minimamente perigosa passou por cima da baliza defendida por Ricardo Ribeiro. O Paços dominava a passe de bola, mas involuntariamente quase deu de mão beijada o golo inagural ao adversário.

Jeimes tentou iniciar a primeira fase de construção, mas passou diretamente para os pés de João Silva que colocou Zé Manuel na cara do golo, mas a tentativa de golo bonito de calcanhar foi travada pelo pé do guarda-redes brasileiro, aos 26'.

A solidez defensiva das duas defesas contrastava com o desacerto dos ataques, incapazes de construir jogadas de verdadeiro perigo na primeira parte.

Dois minutos após o reatamento, Ricardo Ribeiro teve de intervir para manter o nulo do marcador, para azar do sempre irrequieto Costinha. O Paços de Ferreira continuava a dominar o rumo dos acontecimentos, mas nem Rui Fonte nem Ronaldo Lumungo conseguiram acertar na baliza no minuto 66.

No penúltimo lugar da Liga 2, a Oliveirense, a precisar de pontos para sobreviver, optou por uma estratégia mais cautelosa, à espera de um erro do adversário para feri-lo através de transições rápidas. Mesaque Djú saiu do banco com a lição bem estudada e aos 73´ intercetou um mau passe de Gonçalo Cardoso para descolar rumo à baliza do Paços.

Ferigra evitou um lance de perigo de bola corrida com um puxão que, ainda assim, acabou por valer-lhe ordem de expulsão, pois o criativo formado no Benfica seguia isolado para a baliza. Pontapé livre para a Oliveirense que esteve muito perto de dar dois golpes em poucos segundos aos pacenses, mas Zé Manuel, à entrada da pequena área, rematou para uma mancha enorme de Jeimes.

O guardião brasileiro estava a brilhar a grande altura, mas nada pôde fazer quando Rui Fonte cabeceou à ponta de lança, desta vez, na própria baliza, ao minuto 75. Pela primeira vez na temporada, uma finalização certeira do veterano não trouxe alegria aos adeptos pacenses, que em três minutos viram a sua equipa ficar reduzida a dez elementos e em desvantagem no marcador.

A Oliveirense agradeceu a oferta, controlou os últimos quinze minutos de jogo com relativa facilidade e até podia ter alargado a vantagem, mas o suplente de ouro Mesaque Djú rematou ao lado.

Ainda assim, no apito final a festa pertenceu aos comandados de António Torres Campos que chegam aos 21 pontos, os mesmos do FC Porto B, atual 16.º classificado.