O América Mineiro, da Serie B do Brasil, está na final do campeonato estadual Mineiro, onde vai defrontar o Atlético. Depois de eliminar o Cruzeiro, o treinador William Batista, de apenas 31 anos, olhou para trás e recordou em conferência de imprensa as dificuldades por que passou para chegar a treinador, emocionando-se. 

Não teve muito sucesso como jogador, passando depois aos bancos.  

«Em 2017, depois de trabalhar no Atibaia em 2016, fiquei um ano desempregado. E lembro-me que fui conduzir carros na Uber. E eu fiz 6 ou 7 meses de Uber em 2017», recorda, com incrível pormenor: 

«Usava o Fiat Uno da minha mãe, não tinha ar condicionado e dizia que estava avariado, e um dia à noite, às 3 da manhã, apanhei jovens que tinham ido à discoteca em Campinas. Entornaram bebidas alcoólicas no carro e ficou um cheiro forte. Fui para casa, acordei os meus pais, comecei a chorar e disse ‘isto não é a minha vida’.» 

«Passam três meses, um amigo indicou-me ao Chapecoense, eu fico um ano, e sou demitido. Depois, fiz um processo seletivo no América para ser auxiliar no Sub-20. Eu já tinha sido reprovado em duas entrevistas, e a terceira foi no América. Foi por Skype, tinha uma camisa por cima do pijama. Disse que ia dizer tudo o que sentia. Que iria desfrutar do América e faria o máximo para que acontecesse. E hoje estou aqui. O América escolheu-me e sou muito grato. Sou filho de um gasolineiro e uma vendedora, tenho um irmão com doença séria e hoje estou aqui. As pessoas apostaram em mim», contou emocionado, ele que também já passou por Vasco e Bragantino. 

A conferência de imprensa fora do comum foi partilhada pelo canal Globo no Instagram, com o próprio William a comentar: «Sonho comanda a vida.» 

As finais do Mineiro acontecem nos dias 8 e 15 de março.