A passagem de Vítor Roque pelo Barcelona, antes de rumar ao Betis no verão passado em empréstimo, não foi a mais feliz. Contratado por 30 milhões de euros ao Ath. Paranaense, o avançado brasileiro somou apenas 16 jogos e dois golos ao serviço dos catalães e a sua comitiva mostrou-se descontente com os 353 minutos que esteve em campo. Na última janela de transferências, foi cobiçado pelo Sporting, mas acabou por rumar ao Betis, onde já marcou em cinco ocasiões.

A chegada de Tigrinho a um clube como o Barcelona, aos 18 anos, ele que era tido como uma das grandes promessas do futebol brasileiro (a par, por exemplo, de Endrick, que reforçou o ataque do rival Real Madrid), causou muita atenção e, por consequência, muitas críticas. Agora, Deco, ex-internacional português e diretor desportivo dos blaugrana, defende o jogador, que, diz, foi «atacado com maldade».

«Ele está a jogar bem, a marcar golos. Desde que conheço o Barça, não me lembro de algo assim. Um ataque tão feio a um jovem jogador como aconteceu com Vítor Roque. Uma crítica tão má. Não sei se é para me atacar a mim ou ao clube. Foi atacado com muita força, sem sentido e sem razão. Vemos o caso de Endrick, um processo normal para um jogador de 18 ou 19 anos que chega ao Real Madrid. Vítor Roque ficou muito magoado e foi muito difícil para mim», diz Deco, que tira as culpas do jogador. «Não teve culpa de nada, de ter sido contratado, de não gostar deste ou daquele. Sofreu muito. Estou feliz por estar a vê-lo a marcar golos e a aproveitar. Tem muito potencial e vai crescer», adicionou.

Apesar deste apoio demonstrado, o futuro de Vítor Roque... é incógnita. «Não fazemos planos. O mais importante é ele jogar», responde o dirigente, quando questionado sobre se o futuro do brasileiro passa pelo Barça. «Veio em janeiro porque Gavi lesionou-se. Não tem culpa disso», disse ainda. «O plano era ele chegar no início desta época e ser emprestado. O Real Madrid faz isso constantemente, mas nós estamos sempre a atacar-nos por causa disso, não percebo», concluiu.