
Após quatro anos, a lendária ascensão de Superga regressou ao percurso da clássica Milão-Turim, a prova mais antiga do calendário internacional, na 106.ª edição desde a estreia em 1876. Como quase sempre no longo historial da corrida italiana, foi esta subida o palco da batalha pela vitória.
Mais forte nos últimos 4,2 quilómetros a inclinação média de 9,2%, após um percurso com 170 km totais, o mexicano Isaac del Toro concretizou, com êxito, o trabalho de excelência da equipa UAE Emirates durante toda a corrida e impôs-se ao britânico Ben Tulett (Visma-Lease a Bike) e ao norueguês Tobias Haaland Johannessen (Uno-X) com uma aceleração irresistível.
O jovem Del Toro, de 21 anos, foi o corredor eleito pela formação dos Emirados para culminar a estratégia e o esforço despendido pelos seus companheiros, de entre os quais o britânico Adam Yates teve a missão de imprimir um ritmo forte nos derradeiros três quilómetros da Superga, explodindo o grupo dos candidatos à vitória, em que se incluiam Einer Rubio (Movistar), Jefferson Cepeda e Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) ou ainda Marc Hirchi (Tudor).
A cerca de 1,2 km da meta instalada junto à Basílica de Superga (onde se despenhou a 4 de maio de 1949 o avião que transportava a comitiva da equipa do futebol do clube italiano Torino, quando regressava de Lisboa, após um jogo particular frente ao Benfica, causando a morte a 31 pessoas, entre jogadores, equipa técnica, dirigentes e jornalistas), restavam na frente da corrida, com Yates, apenas cinco corredores.
Foi esse o momento escolhido por Del Toro para desferir o ataque, mas tanto Johannessen como Tulett responderam bem. Os três intreolharam-se por instantes, antes de Johannessen contra-atacar a 500 metros da chegada, também sem conseguir desenvencilhar-se dos adversários. E acabou por ser Del Toro, a impor-se para a vitória nos derradeiros 200 metros.