Moisés, atacante do Fortaleza, marcou, ao Internacional, o melhor golo da terceira jornada do Brasileirão: num pontapé de bicicleta espetacular à entrada da área superou o guarda-redes Anthoni, para delírio do público e dos companheiros de equipa, entre eles o ponta de lança Deyverson. O pior veio depois e em dose dupla: não só o golo acabaria anulado, por fora de jogo no início do lance, como o autor do tiro saiu de campo lesionado pelo ex-jogador de Benfica e Belenenses nos festejos. Para a história, o jogo terminou 0-0.

«Eu acho que ele já estava carregado no músculo um pouco”, desculpou-se Deyverson. «Eu nunca lesionei ninguém na minha carreira, nunca, mas peço a Deus que não aconteça nada, que tenha sido só um desconforto, eu dei um empurrão nele mas ele não caiu, tentou segurar e aí sentiu essa fisgada». O Fortaleza, que nesta quarta-feira, 16 de abril, defronta o Vitória, na Bahia, ainda não divulgou o boletim médico de Moisés. Na partida, Marinho substituiu-o no ataque.

Não foi o primeiro – nem o segundo, nem o terceiro – episódio curioso envolvendo Deyverson. António Oliveira, que o treinou no Cuiabá, contou que após o 3-0 final do Dourado na casa do Bahia, o atacante lhe perguntou porque é que ele tinha sido tão duro no discurso a meio do jogo no balneário. O treinador respondeu «ó Deyverson, a jogar contra 10, nós temos que...», no que foi imediatamente interrompido. «Contra 10?». Só no fim da partida Deyverson soube que a sua equipa jogara mais de metade do encontro em superioridade numérica.

Ainda pelo Palmeiras, o jogador foi o herói da final da Libertadores de 2021 entre Verdão e Flamengo ao marcar o golo decisivo. Perto do fim do jogo, sentiu um ligeiríssimo toque e caiu redondo no chão para perder tempo – mas o autor do ligeiríssimo toque fora o árbitro Nelson Pitana. «Até hoje as costas me doem com essa pancada», costuma brincar Deyverson, amado por palmeirenses e detestado por flamenguistas desde então. Noutro episódio, uma piscadela de olho na direção do rival Corinthians gerou uma confusão imensa num dérbi.

Já pelo Atlético Mineiro, após um duelo com o Botafogo, perguntou «quem?», quando confrontado com a confusão em que se envolvera com o central botafoguense Alexander Barboza. Como as duas equipas se reencontraram na final da última Libertadores, os companheiros de Barboza, que levou a taça, disseram «agora ele já te conhece». Bem-disposto, não se importou. «Quando eu ganho, vou gozar, quando eu perco, tenho de ficar calado, dentro do respeito acho que tem que ser assim...».