É o tema do momento. Os nórdico que estão a dar cartas no Sporting. Se na época passada as contratações de Gyokeres e Hjulmand foram na mouche, a aquisição feita este ano, no último dia do mercado de verão, parece ter sido outro tiro certeiro. Conrad Harder — estão aqui as três contratações mais caras do Sporting —, de 19 anos, estreou-se a titular no segundo jogo que fez de leão ao peito (o primeiro foi frente ao Lille, da Liga dos Campeões, em que jogou os últimos dois minutos).
Certo é que o debute no onze de Amorim não poderia ter sido melhor: um golo, uma assistência e uma ligação fantástica com os adeptos, que não lhe pouparam aplausos.
A BOLA falou com Morten Eskesen, selecionador dos sub-19 da Dinamarca, que chamou Harder pela primeira vez a defender a camisola do seu país. Questionado sobre o que o fez apostar no agora leão, a resposta foi pronta: «Ele nunca tinha estado nas seleções nacionais, sim, fui eu que peguei nele. Vi um jogador muito trabalhador, daqueles que trabalha mesmo no duro, e para mim isso é muito importante. E, claro, tem um remate poderosíssimo, com o pé esquerdo, chuta muito mais forte do que os outros e marcou muitos golos na nossa seleção. Ele quer sempre treinar, treinar, treinar o tempo todo. E quando terminamos ele ainda fica no campo mais dez ou quinze minutos para trabalhar, às vezes temos que lhe dizer para parar porque no dia seguinte há mais.»
Harder é um perfecionista e tem em Cristiano Ronaldo um exemplo. Vê vídeos sem conta do português e tenta reproduzir algumas coisas, no domingo imitou o festejo de CR7 e nas primeiras palavras enquanto leão realçou a importância de estar no clube que formou Ronaldo.
Morten Eskesen não esconde que o Sporting fez boa compra: «Viram o quão bom é e fizeram bem avançar. Assim como foi importante o treinador começar a dar-lhe minutos, ele está com muita fome de se mostrar e correu muito bem. Acho que o Harder terá um ano fantástico, com o extra de participar na Liga dos Campeões.»
Após os elogios chega a altura de apontar os pontos em que o avançado precisa melhorar. «Não nos podemos esquecer que só tem 19 anos e muita margem de progressão. Precisa de se familiarizar com o sistema, como pressionar e como construir, mas acho que se irá adaptar muito, muito rápido», disse.
No que toca à parceria com Gyokeres, o selecionador não tem dúvidas: «Fantástica combinação. O Harder pode rematar sozinho, driblar sozinho e assistir, algo que melhorou muito nos últimos meses. Era algo em que não estava tão bom há um ano. Tanto no clube de onde saiu como na seleção temos trabalhado isso, a procurar melhores opções sem ser o remate direto.»
MUITAS FOTOGRAFIAS
Desafiado a contar um segredo ou algum ritual de Conrad Harder, o selecionador, entre risos, não hesitou: «Quando fica no relvado depois do treino pede para lhe tirarem fotografias com ele a rematar, no ar, de cabeça para baixo a fazer habilidades. Enfim, a divertir-se.»