Por vezes, saímos de uma sala de cinema absolutamente deleitados com o filme que acabámos de ver. Noutras ocasiões, porém, a história que constou da película não era a mais entusiasmante, mas houve um determinado momento que nos mereceu especial atenção e que acabou por deixar uma marca profunda no espetáculo a que assistimos.

Façamos a ligação entre a sétima arte e o futebol e falemos de uma sessão que teve um protagonista: Jason Remeseiro.

O avançado espanhol vestiu o papel de ator principal e escreveu o guião de um jogo que foi (muito) mais intenso que espetacular. Convidou os colegas de equipa para uma ida ao cinema, ofereceu-lhes os bilhetes e as pipocas e deliciou todos quantos assistiram a um livre direto que mais parecia uma montagem de Hollywood: que golaço!

Foi com sotaque espanhol que na Serra da Freita foi passada uma sessão cinematográfica com toque americano e Jason Remeseiro, fazendo jus ao mítico número 10, ganhou este Globo de Ouro. Porque o tal bilhete do galego permitiu à restante equipa de produção soltar um uivo profundo e festejar um triunfo (o primeiro da era Vasco Seabra) quase dois meses depois – o Arouca não vencia desde o dia 20 de outubro, quando batera o Maria da Fonte (5-0), para a Taça de Portugal. E a última vitória para a Liga tinha sido a 22 de setembro, diante do Farense (0-1), que ficou agora com a lanterna-vermelha do campeonato.

Não tendo sido, então, um espetáculo de monta, foi, acima de tudo, uma curta-metragem que terminou… como começou: com o Arouca a assumir a fita e a desperdiçar nomeações para prémios (entenda-se, oportunidades de golo). Por entre as várias ocasiões dos da casa, destaque para um tiro de Morlaye Sylla à barra (27’).

O Santa Clara, que praticamente não existiu na primeira parte, não melhorou como se exigia na etapa complementar e nem o golo sofrido espevitou os comandados de Vasco Matos, que têm feito um trajeto brilhante e que viram terminar a melhor fase da época, depois de quatro triunfos consecutivos. Terá sido apenas um dia menos conseguido…