Johann Zarco mudou-se da Prima Pramac para a LCR Honda em 2025. Sabia, à partida, que não seria uma época fácil, ao pilotar a moto menos competitiva do pelotão.

A mudança para o francês foi drástica, ao vir da todo-poderosa Ducati Desmosedici GP23 para a complicada RC213V. Zarco estava consciente do desafio que enfrentava e moderou as expectativas desde cedo.

Perseverança foi recompensada

Com o espírito e vontade de trabalhar para ajudar a Honda a fazer progressos, Zarco abraçou uma tarefa hercúlea, em que perder a motivação pelo caminho não seria difícil.

Mas o #5 apelou a toda a sua força mental adquirida ao longo dos anos e cumpriu as suas tarefas e objetivos. Foi, desde uma fase inicial, o piloto Honda mais competitivo e consistente – acabando em 17.º com 55 pontos (mais 34 do que Joan Mir, o melhor da Repsol Honda).

Em particular na segunda parte da temporada, Zarco apresentou um crescimento considerável. Foi o primeiro piloto Honda a entrar numa Q2 diretamente e o único a terminar uma corrida principal no top dez – de facto, fê-lo por duas vezes, na Indonésia em nono e na Tailândia em oitavo no melhor resultado do ano para uma RC213V.

Um crescimento que só pode ser gratificante para o piloto, que tem agora um ponto de partida interessante para 2025 – constatando, em conjunto com a Honda, que há um caminho certo e a luz pode estar ao fundo do túnel.

O melhor momento

Apesar de ter sido só o segundo melhor resultado da época, destacamos o nono lugar na Indonésia como o momento que se destacou para Johann Zarco em 2024. Alcançou um resultado que, até então, parecia praticamente inalcançável para uma RC213V nesta época, o que o lançou para um final de época interessante.

O pior momento

Logo no início da época, Zarco viveu uma fase muito pouco animadora, com abandonos consecutivos em Austin e em Jerez. Só por mais uma vez ao longo de 2024 é que o piloto ficou sem pontuas duas vezes seguidas (Catalunha e Itália).

O ponto forte

Não é fácil mentalmente passar de lutar por pódios e vitórias para disputar os últimos lugares pontuáveis numa moto pouco competitiva. A força mental e a força de vontade de Zarco foram essenciais para os progressos que o gaulês efetuou ao longo de 2024.

O ponto fraco

É difícil eleger um ponto fraco quando Zarco fez os possíveis e os impossíveis para encontrar um ritmo minimamente competitivo com a moto menos veloz do pelotão. Por isso, falamos daquele que foi o aspeto da moto que mais o piloto sente tê-lo condicionado – o controlo da aderência traseira.