O SC Braga soma e segue. Quinta vitória dos guerreiros nos últimos seis jogos da Liga, sendo que o que não ganharam foi diante do Sporting e em Alvalade (1-1). Carlos Carvalhal teima em não assumir a candidatura ao terceiro lugar, mas esta equipa está muito bem e, claro, recomenda-se. De resto, os arsenalistas estão a realizar uma segunda volta de alto nível e não cedem na luta pelo pódio. São já 32 pontos conquistados desde a viragem, mais 10 (!) que os dragões.

A deslocação à Amoreira antevia-se complicada, mas o jogo foi resolvido de uma forma muito clara. Carlos Carvalhal já encontrou o seu onze e a equipa joga com grande serenidade, revelando enorme tranquilidade e muita objetividade. Como uma verdadeira equipa grande.

A partida do António Coimbra da Mota ficou marcada pela homenagem dos canarinhos ao malogrado Ayrton Senna, campeoníssimo piloto de Fórmula 1, que há 40 anos venceu o primeiro Grande Prémio precisamente no Autódromo do Estoril. A equipa da casa equipou de negro com as listas na camisola que o brasileiro usava no capacete e até teve uma excelente oportunidade para começar a assinalar o dia com um golo. Decorriam apenas quatro minutos quando um passe fantástico de Begraoui isolou Pedro Carvalho, mas o ala-direito não conseguiu superar Lukas Hornicek, que mais uma vez demonstrou que é um guarda-redes de grande potencial.

Não marcou o Estoril, marcou o SC Braga. Lançamento perfeito de João Moutinho a descobrir Gharbi nas costas da defesa, com o espanhol a desviar, em esforço, a bola, tirando-a do alcance do compatriota Joel Robles, que foi apanhado em contra-pé.

Tudo ficou, claro, mais facilitado. Os guerreiros aproveitaram para serenar ainda mais o jogo, com o músculo de Racic e a inteligência de João Moutinho a ditarem leis. O internacional português continua um jovem aos 38 anos, revelando um conhecimento absoluto do jogo e demonstrando uma dinâmica impressionante — neste momento, acredito que seria titular no Sporting ou FC Porto, os outros clubes que já representou em Portugal.

A dupla do meio-campo marcou o ritmo e encheu por completo o centro do terreno, o que permitiu que o trio de criativos — Zalazar, Ricardo Horta e Gharbi — jogasse sempre alto, não permitindo que o Estoril juntasse as linhas.

Dono por completo do jogo, João Moutinho repetiu a fórmula e com mais um perfeito passe longo deixou Gharbi isolado, que contou com a derrapagem de Joel Robles para fazer o 2-0.

O jogo parecia resolvido aos 20 minutos e assim foi. Ian Cathro, que cumpriu castigo, foi refrescando a equipa, mas nada resultou, enquanto Carvalhal desde logo começou a pensar nas próximas batalhas, poupando os seus guerreiros.