Com um salto de 17,33m conseguido na segunda das seis oportunidades, Pedro Pablo Pichardo, de 31 anos, venceu, ontem, a final do triplo salto do Memorial Van Damme, derradeira etapa em Bruxelas da Liga Diamante disputada no Estádio Rei Balduíno e com isso arrebatou pela terceira ocasião (2018, 2021) o troféu do circuito e um prémio de 30 mil dólares (27 mil euros).
«Se me pergunta se troco este diamante por uma medalha de ouro em Paris, responderia que não. Perdi o título olímpico por apenas dois centímetros, mas o desporto é mesmo assim. Não sou de olhar para trás, mas para a frente», declarou Pichardo após o triunfo na capital belga num segundo dia de finais que coroou mais 15 atletas, os quais se juntaram aos 16 da véspera, onde haviam brilhado o sueco campeão olímpico de salto com vara Armand Duplantis, quarta vitória do Circuito e o norueguês Jakob Ingebrigtsen, que levou o diamante opela terceira vez consecutiva nos 1500 metros antes de hoje fazer a estreia na meia-maratona em Copenhaga.
O medalha de prata português nos Jogos de Paris-2024 e campeão olímpico em Tóquio-2020, abriu a competição com 17,23m, para depois, na segunda tentativa, alcançar a marca que lhe viria a garantir a vitória na Liga Diamante, à frente do alemão Max Herb com 17,20m e do grande rival do Burquina Faso Hugues Fabrice Zango, que se ficou em 3.º com 17.05.
O atleta do Benfica, que não teve na prova o espanhol Jordan Díaz, que tanto nos Jogos como no Europeu relegou-o para a prata, dispensou a terceira e quarta oportunidade de saltar e depois de na quinta ter feito um nulo, fechou a competição, já com a vitória garantida, com 17,05, mas com a chamada efetuada a 21cm da tábua.
Nos Jogos na capital francesa Pedro havia conseguido 17,84m e também aí desperdiçando 19cm até ao limite da tábua para ultrapassar os 17,86 de Díaz.
Nesta final em Bruxelas marcaram igualmente presença o brasileiro Almir dos Santos (16,79m), o cubano Lázaro Martínez (16,23) e o francês Jean-Marc Pontvianne (16,01).
Pichardo, que tem como melhor registo da temporada, na qual esteve bastante tempo lesionado, os 18,04m conseguidos no Europeu (2.º), menos 4cm que o máximo pessoal conseguido em 2015 quando ainda competia por Cuba, havia ganho logo a primeira etapa do circuito em Xiamen (China), em abril, com 17,51m. Depois, em Marrocos, em maio, foi 2.º (16,92), atrás de Martínez (17,10).
Em Bruxelas esteve igualmente em ação nas provas para os escalões jovens Samuel Falieu-Mané, de 17 anos, tendo terminado e, 5.º no salto em altura, com 1,85m.
Neste último dia de finais, destaque também para a vitória da queniana campeã olímpica Beatrice Chebet (14.09,82m) nos 5000m, prova em que no 2.º lugar ficou a etíope Medina Eise (14.21,89), de 19 anos, com novo recorde mundial sub-20.
Nos 1500m feminos e novo recorde dos meetings, a queniana Faith Kipyegon (3.54,75) ganhou a Liga Diamante pela quarta ocasião, enquanto no lançamento do peso a surpresa aconteceu com o italiano campeão europeu Leonardo Fabbri (22,98) a superar o tricampeão olímpico Ryan Crouser (22,79).
Resultado inverso ao que se verificou nos Jogos de Paris aconteceu igualmente nos 200m, com o americano Kenneth Bednarek (19,67) a conseguir ser mais rápido do que o campeão olímpico do Botsuana Letsile Tebogo (19,80).