O Sporting teve a atitude de que falara
“A primeira parte foi mais de inspiração e atitude, na segunda prendemo-nos um bocadinho mais à atitude. A primeira parte foi muito boa, com qualidade de jogo e pressionantes, equilibrados e coesos, não demos qualquer chance ao Benfica, as únicas bolas que demos foram duas ou três transições, podíamos ter feito mais do que um golo em situações de finalização clara. Na segunda parte entrámos menos bem nos primeiros 15 minutos, deixámos o Benfica crescer e ganhar confiança, depois fomos diluindo essa confiança.
Foi uma segunda parte mais competitiva, mais de atitude, com menos inspiração que é normal devido ao cansaço da equipa, que é natural porque fomos caindo um bocadinho em termos físicos. Mesmo assim, nos últimos 15, 20 minutos, tivemos duas transições em que podíamos ter matado o jogo. Estou feliz pela atitude deles, agarraram-se ao resultado, uns aos outros, agarraram-se à equipa, e saímos com uma vitória justa.”
Onde estava este Sporting?
“É mérito deles, não do treinador, já disse várias vezes que são os jogadores que fazem de nós treinadores. Eles estiveram capazes de ouvir, de aprender e de entender que não íamos mudar as coisas a 100%, que não íamos estar bem em alguns momentos, que íamos falhar. Disse-lhes no pré-jogo que íamos falhar imenso, mas, lá está, desde que a equipa esteja compacta e junta, que soframos uns pelos outros, que nos ajudemos, que íamos ganhar com toda a certeza. Depois, eles têm muita qualidade e em cada momento vão aparecer.
Foi um pouco isso. É mérito dos jogadores, agarraram-se também um bocadinho à ideia, foram capazes de principalmente na primeira parte criarem um bocadinho das coisas que treinámos em três dias, o que é fabuloso, é sinal de que estavam a ouvir e queriam ganhar com a nossa mensagem. E quero deixar uma palavra de apreço aos nossos adeptos, o ambiente foi fantástico e foi muito importante para chegarmos ao fim e sermos campeões.”
Abdicou da linha de três centrais
“Procurei ser o que eu sou, ser o que somos enquanto equipa técnica. Não fugi muito, eles também já estavam a trabalhar isso com o mister Ruben Amorim, foi só ler algumas coisas, perceber algumas coisas, claro que com ideias diferentes, mas já estavam dentro daquilo que era perspetiva, principalmente a defender. A atacar, sim, é um pouco diferente do habitual, mas lá está, um sistema é apenas um começo, depois há várias mutações e trocas e foi o que aconteceu na primeira parte - andámos a criar a três, depois a quatro e é um pouco isso.
Vamos ser cada vez melhores, não tenho dúvida, eles vão acreditar nisso, vão acreditar no processo, vão acreditar que são bons, porque o são, são campeões nacionais. É acreditarem neles próprios e jamais desconfiarem.”
Vai acabar o ano na liderança do campeonato
“Vou ser exatamente como fui até hoje: são três pontos. Somos primeiros, a consequência de ganhar foi sermos primeiros, dizia ontem na antevisão. Temos que nos focar naquilo que queremos, que é ganhar, e depois no que temos de fazer para ganhar. Na sexta-feira temos um jogo dificílimos, mais difícil do que o de hoje, em casa do Vitória, não tenho dúvidas nenhumas. É focar já no próximo - eu, eles têm é de festejar, e bem, porque trabalharam para isso.”
O Sporting foi um justo vencedor do dérbi?
“Claramente, pela capacidade que teve na primeira parte de ser melhor, de ser pressionante e criar situações de golo; na segunda, por ter tido a atitude correta para se agarrar ao resultado em alguns momentos e ser competitivo, porque faz parte. O Benfica, na primeira parte, não fez uma coisa, nem outra. No cômputo geral, fomos uns justos vencedores.”