O presidente do Benfica, Rui Costa, voltou a detalhar todas as movimentações do mercado de transferências numa entrevista à BTV. Recorde-se que foram várias as entradas e saídas do plantel das águias nos últimos meses.
A explicação da saída de João Neves:
No que concerne às saídas do plantel, o dirigente começou por falar em João Neves. O médio saiu do clube por 60 milhões de euros para o Paris SG, com outro dez de bónus, num negócio que envolveu um custo de dez por cento de intermediação.
«Eu e o João explicámos na altura qual era a ideia das duas partes. Quando se fala de um jogador com o carisma do João é sempre uma dor perdê-lo. Fomos rejeitando propostas que tinham chegado mais cedo e de menor valor e fomos fazendo subir as propostas. Chegámos a um valor que era inevitável quer para um lado, quer para o outro. O João não queria sair do Benfica, mas há números que se tornam inevitáveis para o jogador e para o clube», começou por referir.
«Todos achamos que o João não tem preço, no sentido objetivo, mas temos de olhar para o mercado e perceber como ele está a funcionar. Este foi o mercado mais baixo desde 2016 ou 2017, o primeiro em que não houve uma transferência acima dos 100 milhões de euros. Não estamos aqui para bater recordes, mas sim para valorizar os nossos jogadores. Se num outro ano os 60 milhões eram baixos, na atualidade está no top cinco das transferências mais altas deste mercado. Custa sempre ver partir um dos nossos meninos, mas são necessidades às quais não podemos dizer que não.»
A explicação da saída de Marcos Leonardo
«A saída do Marcos Leonardo é diferente, tem que ver com opções estratégicas do plantel. Contratámos o Pavlidis, que até agora parece ter justificado a sua aquisição. Na nossa estratégia desportiva quisemos ficar com apenas dois pontas de lança na área mais um que pudesse fazer outras posições. Por isso saiu o Casper no mercado e ficámos com o Pavlidis, com o Arthur Cabral e com o Amdouni.»
«Fomos evitando as propostas pelo Marcos Leonardo até que chegou uma de 40 milhões de euros. Sejamos muito claros, apesar de considerarmos toda a margem de progressão do jogador, essas só aconteciam se ele jogasse. Ter uma proposta de 40 milhões por um jogador que é suplente, era quase inevitável que aceitássemos uma propostas destas.»
A explicação da saída de David Neres
«Veio o Kerem Aktürkoğlu, que joga nos dois flancos, ao contrário do Neres, que gostava mais de jogar pela direita. Aceitámos a saída do Neres por um valor substancial e por um jogador que não era titular indiscutível no Benfica.»
A explicação da saída de Morato
«O Morato é mais um jogador formado por nós, que nos deu bastante. No ano passado até foi muitas vezes sacrificado a jogar numa posição que não era a sua e cumpriu sempre. Com a continuidade do Otamendi, com a afirmação de António Silva e com a ascensão do Tomás Araújo, arriscávamo-nos a ter o Morato como quarto central, o que num plantel faz mais bancada do que banco.»
«Há dois anos, o Morato tinha outra projeção, mas entendemos não desvalorizar o ativo e prejudicar a carreira do jogador ao mantê-lo como quarto central. Era provável ter poucos minutos durante a época, daí a saída. Ficaram os três centrais, mais um da formação.»
A explicação da saída de João Mário e Paulo Bernardo
João Mário: «Foi dos homens mais extraordinários que encontrei no futebol, deu-nos muito, foi muito influente no ano do título, mas houve um elo de ligação que se partiu. Nós e o jogador entendemos que era melhor seguirmos caminhos diferentes. Como foi visível, houve alguma coisa que se partiu pelo meio.»
Paulo Bernardo: «"Fizemos algo à imagem do que fizemos com o Jota, com o mesmo clube [Celtic], deixando uma percentagem futura para o Benfica. Não prendemos as pernas aos jogadores e deixámo-los prosseguirem as suas carreiras.»