"Foi fantástico, queria há já muitos anos tentar um resultado parecido com este. Parecido porque teria sido um bocadinho melhor se tivesse sido a medalha, mas foi por um golo que podíamos ter colocado essa possibilidade de chegar à medalha", enalteceu o técnico nacional, à chegada ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Portugal foi eliminado nas meias-finais pela agora tetracampeã do mundo Dinamarca (40-27), somando o segundo desaire, em nove jogos, na disputa pelo terceiro lugar, diante da França (35-34), atual campeã da Europa, superando seleções como Suécia, Espanha e Alemanha.

"Mas é preciso que entendam que ficar em quarto lugar no Mundial, deixando para trás aquelas seleções, é um prazer. Olhar para trás e ver aquelas seleções ficarem atrás de nós é algo grandioso, que agradeço muito aos nossos atletas, a forma como eles competem", enalteceu o técnico nacional, à chegada ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

O selecionador português não poupou elogios aos seus comandados pelo esforço despendido.

"Têm um coração enorme, pode sempre pedir-se mais um bocadinho e depois, entre todos 'autoconvencemo-nos' a produzir um resultado que, creio, alegrou toda a gente", sublinhou.

Depois, Paulo Jorge Pereira destacou o desempenho do pivô Victor Iturriza, que, juntamente com Martim Costa, integraram o melhor 'sete' do Mundial.

"Foi um trabalho brutal, ainda por cima ele, defendendo sempre, conseguiu ter um prémio ofensivo, porque ganhou o melhor pivô, e ele disse-me ontem [no domingo]: 'ainda estou a tentar perceber o que se está a passar aqui'. Portanto, foi espetacular, os Costas [Martim e Francisco] já nos habituaram a estes prémios individuais, têm um coração enorme, são competidores natos e é um gosto enorme, mas no fundo acaba sempre por ser um trabalho grupal, que depois pode às vezes destacar um ou outro atleta", prosseguiu.

Perante uma centena de pessoas que recebeu a seleção nacional de forma ruidosa, o técnico não escondeu a sua satisfação.

"Esta é a primeira vez que chegamos a um aeroporto e temos uma receção destas, portanto é uma sensação de missão cumprida e é muito agradável ver crianças aqui, pedindo autógrafos, é um gosto enorme", destacou, dirigindo palavras às muitas crianças que esperavam a passagem da equipa no aeroporto lisboeta.

Foi perante este entusiasmo, que deixou praticamente um convite a novos praticantes da modalidade.

"Posso dizer que vale a pena eles jogarem, porque o andebol é um desporto fantástico a todos os níveis e ver esta gente aqui para mim é uma alegria, sobretudo olhar para as expressões deles. O que é que lhes podia dizer é que espero que o andebol em Portugal ocupe cada vez mais espaço na sociedade, não só a nível do desporto, mas também na sociedade em geral, para que possamos viver jogando andebol, que é espetacular", completou.

O capitão da equipa portuguesa, Rui Silva, destacou a mescla de gerações que permitiu a Portugal apresentar uma equipa capaz de ombrear com os melhores e a trazer esperança para o futuro.

"Temos de ter sempre esperança e é verdade que este misto de gerações ajuda -- a experiência com a qualidade que os 'miúdos' trazem à nossa seleção, esta irreverência que eles têm. Mas, lá está, como digo, hoje somos os quartos melhores do mundo mas, se deixarmos de trabalhar, deixarmos de preparar-nos para o que aí vem, se calhar daqui a dois anos, no próximo Mundial, as coisas não serão assim tão fáceis", alertou, consciente de que o trabalho terá de continuar. 

RBYR // JP

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