A Benfica SAD apresentou um prejuízo de 31,4 milhões de euros, relativo ao exercício 2023/24, terminado a 30 de julho de 2024, segundo o comunicado enviado à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) na noite de domingo. Este resultado inclui a venda do atleta Gonçalo Ramos, aos franceses do Paris Saint-Germain por 65 milhões de euros, mas exclui todas as transferências feitas no mercado de transferências de verão, como João Neves ou David Neres.

Desde que Rui Costa assumiu a presidência do Benfica, em outubro de 2021, apresentou duas épocas de prejuízos superiores a 30 milhões de euros e um lucro a rondar os 4 milhões, o que perfaz uma média de 23,5 milhões negativos.

Neste período, a SAD do Benfica regista um rendimento de 77,3 milhões de euros com transações de direitos de atletas, uma queda de 13% face ao período homólogo. Se não contarmos com os rendimentos e os gastos com atletas, o prejuízo deste exercício tinha sido de mais de 89 milhões de euros, de acordo com o documento apresentado pelas águias.

No comunicado, pode ler-se que "de referir que os resultados com transações de direitos de atletas foram muito influenciados pelo facto de não se ter efetuado nenhuma operação até ao final do exercício. Em parte, essa situação deveu-se ao facto do Campeonato da Europa ter protelado a atividade no mercado de transferências. Caso as principais operações que ocorreram no início da época 2024/25 se tivessem realizado no final do exercício de 2023/24, a Benfica SAD teria obtido resultado positivo neste período".

Os rendimentos operacionais, excluindo transações de direitos de atletas, foram de 179 milhões de euros, menos 8,6% face ao período homólogo. Já os gastos operacionais, também sem contar com a transação de jogadores, ascendem a 252,2 milhões de euros, mais 2,6% face ao período anterior. Nesta rubrica, destaca-se o aumento de 4,5% com 'fornecimentos e serviços externos' para mais de 86 milhões de euros e uma redução dos gastos com pessoal (-3,6%) para os 110 milhões.

O passivo subiu 8,7%, para 483,4 milhões, representando 85,5% do ativo, que se fixou nos 565,2 milhões (+1,3%). A dívida líquida subiu para 201,8 milhões, face aos 140,8 milhões da época anterior, e corresponde a 75% dos rendimentos totais da Benfica SAD.

Estas contas vão ser votadas em Assembleia Geral convocada para 30 de setembro, numa altura em que serão 'apresentados' os novos administradores aos sócios do Benfica: José Gandarez, Nuno Catarino, Eduardo Stock da Cunha e Manuel Lopes da Costa.