«Antes mesmo de começar a responder às perguntas, quero apenas sublinhar como esta semana foi fantástica. Consegui ver a minha família… não estou a tentar ser emocional. Toda a gente fez o seu trabalho para tornar esta semana incrível. Toda a gente, até vocês [jornalistas], obrigado por terem feito isto acontecer. É todo o sistema. Tudo isto contribui para nos tornar a todos melhores e para me fazer feliz no final do dia. Por isso, obrigado», fez questão de declarar Victor Wembanyama antes de começar a conferência de imprensa.
Foi o último a ir à sala e enfrentar parte dos 624 jornalistas de 24 países que estiveram na Accor Arena para a digressão NBA Games Paris 2025.
O poste francês dos Spurs, de 21 anos, estava verdadeiramente feliz como tudo correra, apesar da pesada derrota por 38 pontos (98-136) no segundo dos embates contra os Pacers.
Questionado se, mesmo sabendo que esta semana na capital francesa iria ser especial, houve algo que não esperasse que ainda a tornou mais peculiar, Wemby respondeu: «Dei o meu melhor para que esta semana fosse especial para a minha equipa, família e amigos, mas pessoas continuam a encontrar maneiras de me surpreender. De fazer as coisas de forma com que as coisas pareçam importantes para eles, e eu sou importante para eles. Isso não tem preço».
Recordaram-lhe então que, no final do no jogo anterior, havia dito que gostaria ter visto mais as pessoas a cantar A Marselhesa como costumam fazer com a seleção de França e não seguir apenas quem está a cantar. O público tentou-o, só que, ainda assim, não foi como o basquetebolista ambicionara.
«Isso foi outra coisa que a NBA e a organização tentou fazer que me sentisse da melhor forma possível. Apreciei o esforço, as cantoras eram incrivelmente talentosas, com bonitas vozes, mas ainda não foi como acontece, por exemplo, quando é a seleção nacional», referiu.
Minutos antes, na sala estivera igualmente o veterano base Chris Paul, que todos os dias foi relevando como andava agradado com a atenção ao pormenor que o colega estava a ter com a equipa. «Nem consigo imaginar o que foi para o Vic voltar a casa e jogar. Sei que estava muito entusiasmado, mas com isso vem uma grande responsabilidade. Todos os momentos que teve com a imprensa, todos os outros eventos, tentar ver a família que não se consegue ver frequentemente. E o Vic é um daqueles tipos que procura dar autógrafos a todos. A dada altura, ele irá olhar para trás e aperceber-se que tudo foi um prazer. Gostaríamos de ter ganho os dois jogos para ele».
Quem não poupou, uma vez mais, elogios ao francês foi o treinador dos Pacers Rick Carlisle. «Victor Wembanyama é um desafio único. Ter um conjunto de dois jogos como este é realmente revelador, porque é um conjunto de circunstâncias muito diferentes com que temos de lidar».
«Depois do primeiro jogo, tivemos a oportunidade de o estudar, analisar e tentar descobrir formas de dificultar-lhe as coisas. Para podermos trazer ajuda defensiva quando é necessário, o que é bastante frequente. Tínhamos de estar mais concentrados na nossa energia. E estivemos. O Myles [Turner] teve muito a ver com isso. Não se pára um tipo como aquele. Ainda fez 20-12. Depois de ter visto o jogo e olhando agora para as estatísticas, pensaria que teria muitos menos pontos, mas ainda marcou 20 pontos e ganhou 12 ressaltos».
«Só não sei quantos desarmes de lançamentos teve… Só teve um. Bem, aí fizemos um trabalho melhor, no primeiro jogo havia abafado dez dos nosso lançamentos. Significa que movimentámos a bola muito melhor, corremos mais e, defensivamente, jogamos com uma atitude mais desafiante, a qual é necessária para ter sucesso na NBA», rematou o técnico campeão, como jogador, pelos Celtics em 1985/86, e como treinador pelos Mavericks em 2000/01.