"As empresas têm sobretudo uma função social; acreditamos que devemos promover a ligação à sociedade e aos principais atores, públicos e privados, desencadeando ideias e mecanismos de desenvolvimento da comunidade." A frase é de António Ferreira dos Anjos, que lidera a Tecline e que decidiu materializar a sua crença, dando vida a uma conferência que traz a palco os desafios da região em que a sua empresa se move e no país.
Com o Oeste a enfrentar desafios diversos, da potenciação de atividades económicas emblemáticas como a agricultura ou a viticultura – Torres Vedras é o concelho com maior produção de vinho no país – à necessidade de integração nacional e internacional da região, dada a carência de redes viárias e ferroviárias, debater prioridades e apontar caminhos é uma necessidade. Que advém ainda do potencial da região Oeste para "desenvolver clusters na área da saúde (várias instituições na região que são referência mundial) e da educação (carência de um grande polo académico de dimensão nacional); ou para a criação de marcas de alto valor e capacidade de exportação (horticultura; vinho; turismo; etc.)", adianta a organização destas Conversas com Futuro.
E quem melhor para falar sobre os desafios senão aqueles que os conhecem de perto? Foi nessa lógica que o responsável convocou 80 empresários e gestores para se juntarem na Quinta dos Anjos e trocar ideias. Entre os oradores escolhidos, Luís Campos e Cunha (economista e antigo ministro das Finanças), Álvaro Beleza (presidente da SEDES), Manuel José Guerreiro (presidente da Caixa de Crédito Agrícola de Torres Vedras) e João Catalão (empresário) são alguns dos nomes que vão participar na discussão, na conferência "Conversas com futuro: o desenvolvimento económico e social da Região Oeste e do País -- constrangimentos e oportunidades", no próximo dia 22, em Torres Vedras, e que vai reunir representantes dos principais agentes económicos da região.
Para António Ferreira dos Anjos, estes são "temas cruciais" para a economia local e para o país, num debate que vai marcar o encerramento do programa de celebrações do 25º aniversário da Tecline. "Queremos criar uma oportunidade de reflexão, que integre o pensamento e a visão que os empresários, os economistas e demais agentes têm para a região e para o país", conclui.