A Volkswagen poderá suprimir até 30.000 postos de trabalho, adiantou hoje a revista alemã Manager Magazin, citando fontes próprias, que indicam ainda que o diretor financeiro do grupo alemão, Arno Antlitz, também pretende reduzir o nível de investimentos nos próximos cinco anos, de 170 para 160 mil milhões de euros. A notícia é avançada pela agência noticiosa alemã DPA, que relata os planos revelados.

Oficialmente, não há confirmação e um porta-voz do fabricante não quis comentar os planos de cortes. Ainda assim, devido à crise que enfrenta, o gigante automóvel anunciou que já não descarta a possibilidade de despedimentos e encerramento de fábricas da marca Volkswagen. Há dias, a administração da construtora anunciou já o fim prematuro dos acordos salariais históricos que durante 30 anos estiveram vinculados a um acordo de trabalho da empresa na Alemanha. O acordo de proteção de trabalhadores tinha o prazo de 2029, mas o seu fim foi antecipado já para o próximo ano. Em consequência, direção e sindicato IG Metall anteciparam a ronda de negociações coletivas, que inicialmente estava prevista para outubro mas que deverá agora realizar-se na próxima semana.

Segundo a DPA, além dos salários dos 120.000 trabalhadores da Volkswagen na Alemanha, nessas reuniões estará também em discussão o acordo de trabalho prematuramente anulado e, aparentemente a pressão é enorme, com cortes de pessoal dramáticos a ser colocados em cima da mesa. Segundo a Manager Magazin, os defensores de uma linha mais rígida acreditam que o número de 130.000 trabalhadores deve ser reduzido em 30.000 postos de trabalho, a médio prazo. E o CEO do grupo, Oliver Blume, terá manifestado ao seu círculo mais próximo que é um objetivo realista.

Na última grande crise da construtora, o caso que ficou conhecido como Dieselgate, o então presidente do grupo, Herbert Diess, planeara cortes de dimensão semelhante, dois terços a pesar nas fábricas alemãs. Mas foi obrigado a abdicar desse plano de despedimento massivo após ter enfrentado fortes resistências e a ameaça de ainda mais danos reputacionais ao grupo, que então lidava com o pesadelo de ter sido descoberta a enganar o mundo sobre os níveis de emissões dos seus carros.

De acordo com a revista citada pela DPA, os cortes que agora se esperam poderão ser especialmente severos nos departamentos de investigação e desenvolvimento, onde se estima que quatro a seis mil trabalhadores poderão perder os seus empregos, num total de 13.000 postos de trabalho cortados na Alemanha. Com DPA