O Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) chinês anunciou que o desemprego entre as pessoas dos 16 aos 24 anos que vivem nas zonas urbanas da China subiu de 17,1% em julho.
Em julho o desemprego jovem tinha sido de 13,2%.
O jornal de Hong Kong South China Morning Post disse que a subida durante o verão se deve à entrada no mercado de trabalho de um número recorde de licenciados, estimado em cerca de 11,8 milhões em 2024.
O NBS publicou também a taxa de desemprego para os jovens entre os 25 e os 29 anos, a fim de refletir a situação de emprego dos licenciados. Esta taxa de desemprego, que também exclui os estudantes, situou-se em 6,9% em agosto, mais 0,4 pontos percentuais do que em julho.
A China voltou a publicar em janeiro dados sobre o desemprego dos jovens, pela primeira vez desde que aquele indicador atingiu um nível recorde, em junho de 2023, utilizando um novo método, que exclui os estudantes.
O NBS anunciou em janeiro uma taxa de desemprego jovem de 14,9% para dezembro, utilizando o novo método, que revelou uma aparente melhoria. O organismo deixou de publicar este número politicamente sensível em 2023, depois de ter atingido 21,3% em junho.
A mudança de metodologia ocorreu após o aumento do desemprego jovem, na sequência de um abrandamento económico em 2023. As repressões regulatórias em setores como tecnologia e educação, que normalmente empregavam uma força de trabalho mais jovem, também diminuíram o número de oportunidades no mercado de trabalho.
A taxa de desemprego dos jovens contava os estudantes que trabalham pelo menos uma hora por semana como empregados e os que diziam que queriam emprego mas não o conseguiam encontrar como desempregados. Não é claro como é que a mudança metodológica afeta a taxa de desemprego declarada.
"O cálculo da taxa de desemprego por grupo etário, que não inclui os estudantes, reflete melhor a situação do emprego e do desemprego dos jovens que entram na sociedade", declarou o NBS, em janeiro, acrescentando que os estudantes devem concentrar-se nos estudos em vez de procurarem emprego.
A população com idades entre 16 e 24 anos inclui cerca de 62 milhões de estudantes, ou seja, mais de 60% das pessoas desta idade.
A exclusão dos estudantes da taxa de desemprego permite às autoridades fornecer aos jovens "serviços de emprego mais precisos e formular políticas de emprego mais eficazes e direcionadas", afirmou o NBS.
A taxa de desemprego urbano global da China situou-se em 5,3% em agosto, subindo ligeiramente em relação ao valor de 5,1% registados em julho.
A China está sob pressão para aumentar a criação de postos de trabalho e reforçar o emprego.
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