
O ministro de Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social de Cabo Verde, Elísio Freire, defendeu que o arquipélago deve preparar-se para receber imigrantes, numa altura em que sectores de actividades fundamentais sofrem com falta de mão-de-obra.
O governante que discursava numa conferência sobre mobilidade climática, promovida pela Presidência da República disse que o país tem de se preparar para receber cidadãos de outros países que procuram Cabo-Verde para trabalhar, que “eventualmente venham movidos pelas alterações climáticas, mas que Cabo Verde tem de estar em condições de receber”.
“Está claro, hoje, para todos que Cabo Verde está com um défice de mão-de-obra em vários sectores fundamentais”, tais como “a construção civil e agricultura”, que “já estão a dar sinais claros neste sentido”, referiu.
Elísio Freire considerou “fundamental” que o arquipélago tenha “uma capacidade [de acolhimento] que o III Plano Nacional de Imigração” tem dado ao país, “conjugado com a recente Diretiva de Acção para a Migração Laboral e o Recrutamento Ético” – instrumentos do Governo que devem servir como “bússolas de acção do Estado de Cabo Verde”.
Numa nota publicada no portal do Governo, diz a Lusa, o ministro apontou que os próprios cabo-verdianos “são historicamente migrantes climáticos”, que a aridez do território e a escassez de recursos naturais têm impulsionado “para fluxos migratórios à procura de melhores condições de vida”.